A Tarde

O candidato do PT à reeleição ao governo da Bahia, Jaques Wagner, foi o único, até o momento, que assinou um Termo de Compromisso encaminhado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), no final do mês de agosto,  a todos que disputam o cargo nestas eleições. O documento reúne propostas da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis, Bissexuais e Transexuais.  
O candidato petista se comprometeu em garantir recursos para ONGs e projetos voltados para a comunidade homossexual. Além disso, assumiu o compromisso de sancionar leis que promovam a inclusão deste segmento da população. O texto também prevê o apoio à realização de eventos como a Conferência Estadual LGBT, que vai acontecer em 2011 e 2013, e a criação do Conselho Estadual da Cidadania e Direitos Humanos LGBT.

Candidato do PT foi o único que se pronunciou sobre as exigências do GGB

A direção da entidade comemorou a postura do candidato do PT, mas espera que o apoio  saia do papel. “É uma atitude nobre, que deve ser seguida por outros candidatos aqui na Bahia e em outros estados. Estamos felizes, mas ficaremos de olho para saber se tudo vai ser cumprido”, disse o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira.

Cerqueira, que é filiado ao PT, afirma que a entidade é independente dos partidos políticos e não apoia nenhum candidato. “Defendemos sempre, em primeiro lugar, os interesses dos homossexuais, não importa o partido”, explicou.

Em seu primeiro mandato, Wagner foi elogiado pela ONG por apoiar a realização da Primeira Conferência LGBT da Bahia e instituir o Comitê Estadual do segmento, que formula políticas de cidadania.

Fidel – Mas nem tudo é motivo de festa no GGB. O grupo vai entrar, até o final deste mês, com uma representação contra o ditador cubano Fidel Castro no Tribunal Internacional de Justiça de Haia, o principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade acusa Fidel de crimes contra os homossexuais.

Na última segunda-feira, 30, o ex-líder cubano reconheceu, em entrevista, que promoveu uma perseguição aos gays. Em 1959, ao tomar o poder, Castro chegou a afirmar que “um homossexual não pode ser um revolucionário”.

Segundo o GGB, Fidel Castro é responsável pela desmoralização, perseguição, prisão em campos de concentração, tortura, expulsão e morte de milhares de gays, travestis e lésbicas. Como parte desta denúncia, em março de 2011, o grupo realizará, em Salvador, uma exposição de fotos e depoimentos, documentando a homofobia em Cuba.

A entidade afirma que recebe cartas de homossexuais cubanos pedindo ajuda. “Ele ter reconhecido o erro foi importante, mas não é suficiente. Vamos fazer uma manifestação formal para que ele possa pagar criminalmente, que indenize as vítimas”, disse Marcelo Cerqueira.

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