UOL

O Inter entra em campo nesta quarta-feira, contra o Chivas, a um empate do bicampeonato da Copa Libertadores, exatos quatro anos depois de superar o São Paulo. A conquista do segundo título sul-americano pelos colorados vale, também, uma mudança na história. O clube assume um novo papel dentro do continente, põe fim as piadas do rival Grêmio, e possibilita ao técnico Celso Roth a conquista de seu primeiro grande campeonato na carreira.

FORÇA MÁXIMA NA DECISÃO COM CHIVAS

  • Marcos Nagelstein/VipCommO técnico Celso Roth vai poder contar com todos os titulares do Inter no segundo jogo da final da Copa Libertadores. Sandro, Tinga e Alecsandro participaram de toda a atividade desta terça, no estádio Beira-Rio.
  • Guiñazu (foto), com entorse no tornozelo esquerdo, foi poupado da parte final do trabalho, no tradicional rachão, mas vai para o jogo contra os mexicanos.
  • Artífice de um novo time, forjado durante a parada da Copa do Mundo, Celso Roth é o defensor de um discurso de respeito ao adversário da decisão, que empurra o clima de ‘já ganhou’ para longe do vestiário. “O Inter não é campeão de nada. Teve a vantagem por trabalhar. Somos profissionais. Temos que saber separar a paixão dentro das situações”, disparou.

Vencer o Chivas na decisão da Libertadores 2010 significa dar um salto. Se solidificar como um clube verdadeiramente internacional. “Somos o único clube brasileiro que nos últimos anos conquistou títulos internacionalmente. Em pouco espaço de tempo, estamos decidindo nossa segunda Libertadores e vamos de novo disputar ao Mundial”, comentou o vice de futebol, Fernando Carvalho.

O sucesso fora do Brasil é um resultado lógico, oriundo de uma equação que reuniu – desde 2002, planejamento no departamento de futebol e grandes projetos envolvendo a torcida. Assim, rendendo mais de 100 mil sócios adimplentes no clube e a chegada de nomes como D’Alessandro, Abbondanzieri e o retorno dos ídolos Tinga e Rafael Sóbis. De 2006 para cá, o clube vermelho faturou seis taças disputadas internacionalmente.

A partida final diante dos mexicanos vale, igualmente, um equilíbrio na disputa regional. O fim de anos de sofrimento para os torcedores. O bicampeonato da América põe colorados e gremistas em igual situação no continente. Vantagem vermelha que aparece no lapso muito menor para o segundo título (quatro anos). Feito que o Grêmio demorou doze para conseguir (1983 e 1995).

Estilo para ser campeão

A demissão do uruguaio Jorge Fossati, às vésperas da Copa do Mundo, abriu um caminho ao Inter. Escolhido pela cúpula, Celso Roth chegou no dia 15 de junho e, aos poucos, foi implantando seu método. Ter a posse de bola, comandar a partida e saber atuar longe de Porto Alegre. Fatos reconhecidos por todos os jogadores. Questões que solidificam o favoritismo vermelho contra o Chivas.

“Com o Celso nos ajeitamos. Soubemos como jogar fora de casa. Ele passou uma mensagem para gente de coletividade. Pegamos isso e não soltamos mais”, analisou o meia D’Alessandro. “O trabalho do Celso vem aparecendo, a pegada que o time tem agora não tinha antes”, comentou Bolívar, antes do primeiro jogo com o São Paulo.

Além da vitória em solo mexicano, o clube gaúcho tem ao seu lado os números para ficar tranquilo. Nos seis jogos disputados em Porto Alegre na Libertadores deste ano, o Inter sofreu apenas um gol – na estreia da fase de grupos, diante do Emelec, e marcou onze vezes diante de sua torcida. 100% de aproveitamento. Com Roth, a equipe tem seis vitórias, um empate e duas derrotas.

Chivas ainda acredita

O técnico do Chivas, José Luis Real sabe que o jogo da última semana não permite grandes expectativas acerca de seu time, mas garante ter como reverter. “Estamos com muita esperança, mas também com a segurança de que poderemos jogar melhor”, disse após o treino da segunda-feira, no Beira-Rio.

Em Porto Alegre desde sábado, o Chivas fez três treinamentos no Beira-Rio e acredita que pode jogar mais do que apresentou na partida de ida em Guadalajara. A esperança mexicana reside no desempenho nas três partidas fora de casa, eliminando Vélez Sarsfield, Libertad e Universidad de Chile. “Estamos mentalmente preparados para a final, sabemos que somos visitantes, mas fizemos grandes jogos assim”, disse Reynoso, zagueiro e capitão da equipe.

A única dúvida no time a ser escalado por José Luis Real diz respeito à presença de Medina, recuperado de lesão, que poderia entrar no lugar de Fabián, titular no jogo do México. No último treinamento antes da partida, no estádio Olímpico, os jogadores mexicanos treinaram cobranças de pênaltis, que só ocorrerão em caso de vitória do Chivas por um gol de diferença.

INTERNACIONAL X CHIVAS

Data: 18/08/2010 (quarta-feira)
Horário: às 22h (horário de Brasília)
Transmissão na TV: Rede Globo, Sportv e Bandsports
Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Auxiliares: Abraham González (COL) e Humberto Clavijo (COL)

Internacional
Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga, D’Alessandro e Taison; Alecsandro
Técnico: Celso Roth

Chivas
Luis Michel; Magallón, De Luna, Reynoso e Ponce; Báez, Fabián (Medina), Mejía e Bautista; Omar Arellano e Omar Bravo
Técnico: José Luis Real

Compartilhe