do A Tarde

A campanha eleitoral começa a esquentar nesta semana: terça-feira, 17, tem início o horário eleitoral gratuito de rádio e televisão, a principal ferramenta que os candidatos brasileiros têm à sua disposição para atingir o eleitorado. Justamente por isso, as equipes de campanha têm realizado uma verdadeira operação de guerra, com profissionais de plantão 24 horas e estratégias guardadas a sete chaves para os programas que vão ao ar agora.

O horário eleitoral será exibido de segunda a sábado, até o dia 30 de setembro. No rádio, os programas começam às 7h e às 12h, enquanto na televisão são às 13h e às 20h30. A duração em cada turno é de 50 minutos (veja infografia abaixo).

A mudança do quadro político nas eleições deste ano vai se refletir também nos programas. Agora é Jaques Wagner (PT), atual governador, que será o principal alvo dos ataques adversários, já que comanda a máquina administrativa. Além disso, não será mais possível a crítica ao carlismo – capitalizada por Wagner em peças que, em 2006, pregavam o fim da ‘panelinha’. Isso porque o próprio governador atraiu antigos aliados de Antônio Carlos Magalhães à sua chapa. O atual vice de Wagner, Otto Alencar (PP), foi lançado à política pelo próprio ACM, ocupando secretarias de governo por sua indicação.

Neste ponto, os três principais candidatos têm telhado de vidro. Também Geddel Vieira Lima (PMDB) desfila com o senador César Borges (PR) em sua chapa, um ex-carlista, e Paulo Souto (DEM), obviamente, é aliado histórico de ACM.

Realizações – O programa dos três principais candidatos será focado em suas realizações à frente de cargos públicos. Wagner vai elencar uma série de obras e programas de governo iniciados na sua gestão, ilustrados com depoimentos de pessoas beneficiadas. As gravações externas serão essenciais para sensibilizar o eleitor. Habilidade em gestão não entrará no foco do programa. “A minha defesa é do meu projeto, de que fizemos mais pelo social. A questão não é de habilidade de gestão, é de projeto político”, disse Wagner, durante uma sessão de gravação. Seu marqueteiro, Sidônio Palmeira, também adianta que os ataques dos adversários não passarão em branco e serão respondidos nos programas.

O candidato democrata vai por um caminho diferente. A ideia da equipe de Souto é desconstruir o discurso do petista e, também, mostrar as realizações do ex-governador à frente do Estado. “O atual governo fala muito de obras que não existem. As pessoas veem na propaganda institucional e pensam que já começaram. Vamos mostrar o que não é realidade”, antecipa João Paulo Costa, assessor geral de comunicação da campanha. Paulo Souto já visitou diversos municípios que possuem obras feitas pelo seu governo, onde sua equipe também coletou depoimentos de pessoas comuns. “Mas não adianta só falar o que já foi feito. Queremos passar a ideia de que ele está capacitado a fazer mais”, explica João Paulo.

Ministério – Quem entra como franco atirador na história é Geddel, que traz, por sua vez, as obras de seu período à frente do Ministério da Integração Nacional como conteúdo para se dizer um bom gestor. “Nosso slogan é: pra chegar e resolver. Geddel é uma pessoa de tomada de decisão”, revela o marqueteiro Maurício Carvalho, que comanda a comunicação da campanha. Ele cita as obras de drenagem e urbanização do ex-ministro na Av. Centenário e no Imbuí como exemplos de realizações a serem exploradas. As críticas, é claro, também virão. Maurição, como é conhecido, usará um formato jornalístico no programa eleitoral de Geddel para mostrar os problemas do Estado. “Seremos propositivos em 70% do tempo, mas nos outros 30% vamos apresentar uma avaliação da situação atual”, afirma.

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