da Folha
A perícia no carro da advogada Mércia Nakashima, encontrada morta no dia 11 de junho, achou um segundo projétil de arma de fogo no veículo. Segundo o perito Renato Pattoli, que trabalha no caso, a bala estava no porta malas, debaixo do pneu de estepe.
Até então a perícia havia encontrado apenas uma bala, no assoalho dianteiro do carro. Um laudo comprovou que Mércia chegou a levar um tiro no braço esquerdo, o que indica uma tentativa de defesa, e a bala a atingiu no maxilar. No entanto, não foi o ferimento que a matou –ela morreu afogada quando seu carro foi jogado na represa de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo).
De acordo com Pattoli, ainda não é possível determinar qual bala atingiu a advogada, ou se mais de um tiro a atingiu. Segundo ele, exames vão determinar se há resíduo humano no projétil encontrado.
Para o perito, a descoberta não muda a situação de Mizael Bispo de Souza, ex-namorado de Mércia e principal suspeito de ter matado a advogada. O resultado de outros lados –que ainda não estão prontos–, como o que compara a terra encontrada em sapatos de Souza com a da represa, é que poderia confirmar ou não a presença de Mizael no local do crime.
O delegado responsável pelo caso, Antônio Olim, encaminhou para o Ministério Público de Guarulhos (Grande São Paulo) o inquérito sobre o crime, na última quarta-feira. O documento possui um pedido de prisão preventiva contra Souza.
Segundo o delegado, o inquérito contém provas que incriminam Souza e o vigia Evandro Bezerra Silva, preso desde o dia 9 de julho por suspeita de participação no crime.
CASO
Mércia foi vista pela última vez na casa dos seus avós no dia 23 de maio. O carro da advogada foi encontrado no dia 10 de junho em uma represa na cidade de Nazaré Paulista, após indicação de um homem que viu o veículo ser empurrado enquanto pescava. No dia seguinte seu corpo foi encontrado no mesmo local, após ela ter ficado desaparecida por 17 dias.