A Tarde

Após ter passado por um forte desenvolvimento econômico nos últimos anos, principalmente nas áreas do comércio e da indústria, a cidade de Vitória da Conquista começa a enfrentar gargalos para manter o ritmo da expansão. O problema mais imediato é no transporte, tanto de cargas como de pessoas, mas há também preocupação quanto à questão energética e do abastecimento de água.

A construção de um novo aeroporto é uma demanda antiga dos setores produtivos, ainda não solucionada. Conquista possui um aeroporto, mas  foi construído há mais de 30 anos e não suporta o atual fluxo. Só circulam por ele aviões de médio porte, com capacidade máxima de cerca de 70 pessoas, além de o valor das passagens ser mais caro que a média nacional e o número diário de voos ser pequeno. Indústria e comércio reclamam das dificuldades que isso causa às suas atividades. “Uma pessoa demora mais de um dia para, por exemplo, vir de São Paulo e voltar. Outro dia eu ia receber a visita de técnicos paulistas à minha fábrica e tive que mandar buscá-los e levá-los ao aeroporto de Ilhéus, porque aqui não tinha condições”, conta Jorge Chiacchio, presidente do Grupo Chiacchio, indústria que trabalha com produtos plásticos.

Alertas – Os diretores da Ainvic (Associação de Indústrias de Vitória da Conquista) dizem que já alertam sobre o problema do aeroporto há mais de cinco anos. Só neste ano é que começou a mobilização do poder público para solucioná-lo. O Estado e a União já reservaram verba para o desenvolvimento do projeto do novo terminal aéreo. Aguardam, no entanto, avaliação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre o local onde poderá ser construído.

A mobilidade urbana também já causa problemas que refletem na economia. Conquista já tem mais de 300 mil habitantes, mas é polo atrativo de um território de identidade que abrange outros 23 municípios e quase 800 mil pessoas. As estreitas ruas da cidade atrapalham o transporte de cargas, o que dá força a outro pleito da região: a criação de um porto-seco.

O porto-seco seria um ponto de carga e descarga de mercadorias, localizado na parte externa da cidade. “As carretas não precisariam circular dentro da cidade, o que vai ajudar no trânsito. Do porto, as mercadorias são transportadas em carros menores para as empresas e fábricas”, defende Ronaldo Bulhões, presidente da Ainvic. O Estado liberou recursos neste ano para o desenvolvimento do projeto do porto, mas não há prazo para início de obras.

A preocupação é  que, caso não se resolva logo estes problemas, o desenvolvimento pare. “Se empresários chegam e veem que não temos estrutura, vamos estagnar. Eles começarão a mudar o foco do investimento para outros locais”, afirma Marcos Alberto, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas.

Propostas dos candidatos ao governo da BA para o a região:

>>MARCOS MENDES (PSOL)

Fortalecimento dos Conselhos Municipais de Saúde e Educação;
fortalecimento das Escolas Família Agrícola; criação de creches-escola
e escolas de ensino integral; priorizar o Programa de Saúde na
Família; sistema consorciado para média complexidade; preparar
Hospital Regional para o atendimento de alta complexidade com
referência ao atendimento ao idoso; reforma agrária com apoio técnico
e acompanhamento para o cultivo orgânico.

>>GEDDEL VIEIRA (PMDB)

O grande potencial de Vitória da Conquista como pólo atacadista é um
dos fatores decisivos, no programa de governo do candidato da
Coligação A Bahia Tem Pressa, Geddel Vieira Lima, para o
desenvolvimento desse Território de Identidade. A proposta é criar uma
infraestrutura de produção no campo que permita viabilizar a atração
de agroindústrias e uma rede de comercialização, alimentando uma
cadeia de geração de emprego e renda.

As ações nesse sentido prevêem a concentração de investimentos na
implementação de uma estrutura hídrica capaz de viabilizar a produção
agrícola, além de linhas especiais de crédito e assistência técnica.
Prevê também a recuperação da pecuária, com incentivo ao aumento do
rebanho, melhoria genética e da pastagem.

Município pólo da região, em Vitória da Conquista serão desenvolvidas
ações para o fortalecimento de suas duas principais atividades:
comércio e prestação de serviços. Uma dessas ações é a implantação de
um porto seco, que vai consolidar o município como centro atacadista.

Na área de infraestrutura os investimentos na recuperação da malha
rodoviária prevêem a ligação pavimentada dos municípios de Guajeru à
BA-148; Jacaraci-Mortugaba-BA 940, BA-634-Ribeirão do Lago,
BA-030-Caetanos e o acesso a Mirante, além da repavimentação da
BA-262. Da mesma forma, está prevista a construção de um novo
aeroporto em Vitória da Conquista, com uma nova pista para permitir o
tráfego de aeronaves de maior porte.

Na área social é preciso descentralizar a rede pública de saúde, hoje
concentrada em Vitória da Conquista, cujas unidades médicas não têm
capacidade para atender o volume diário de pacientes.  A recuperação
física e reequipamento do Hospital de Base é outra prioridade.

Na educação, além da modernização e ampliação de números de cursos na
UESB, o nosso foco de atuação será buscar junto à União transformar o
que hoje é o campus avançado da UFBA na Universidade Federal do
Planalto.

Em relação à segurança pública está previsto a implantação de um
Comando Regional da Polícia Militar, em Vitória da Conquista,
implantação de um Batalhão do Corpo de Bombeiros e uma sede da Polícia
Rodoviária Estadual. O município passará a ser uma das principais
bases de inteligência e operação no combate ao crime no Estado.

>>LUIZ BASSUMA (PV)

Como Vitória da Conquista se apresenta com uma atividade agrícola
consolidada, vamos investir ainda mais na cidade como referência
regional nos setores de educação, saúde e também no comércio, para
atrair muito mais usuários e consumidores de outras cidades. A cidade
tenderá a se afirmar cada vez mais como um pólo importante de serviços
rodoviários e como centro universitário e de pesquisas.

É necessária a construção de um novo aeroporto e da ampliação e
modernização da atual Estação Rodoviária para incrementar ainda mais o
crescimento econômico regional. Ainda, apesar dos avanços, tanto na
agricultura, quanto na pecuária, temos que investir continuadamente em
crédito rural, disponibilizar assistência técnica através de convênios
com EMBRAPA, EDBA, SEBRAE e outros. Melhorar a infra-estrutura e as
vias de escoamento da produção, ampliar a oferta de eletrificação
rural e, principalmente, em educação rural para qualificar o homem do
campo.

Quanto ao Ensino Público queremos além de garantir educação de
qualidade, com a valorização do professor na comunidade e dar
autonomia ao diretor, pais e alunos para definirem as soluções para
principais necessidades de cada célula educacional para, com isso,
alcançarem metas de qualidade na educação com a possibilidade de
parcerias com a UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Segundo os dados do IBGE, comércio e serviços são os setores que
empregam o maior número de pessoas, portanto, se faz necessário o
investimento em formação e qualificação da mão de obra. A agricultura
é responsável pela ocupação de apenas 1% da força de trabalho,
enquanto a indústria ocupa 15%.

Na saúde, o acesso universal é fundamental. Melhorar as condições e
incentivos de trabalho do profissional da saúde agrega valor na
qualidade do atendimento e cuidado com o paciente.

Quanto à indústria local, incentivos em especial aos ramos da produção
de alimentos e bebidas, aos quais compõe o gênero com maior número de
estabelecimentos, representando 26% do total e o ramo da construção
civil o mais representativo na ocupação de mão de obra, e da produção
de minerais não metálicos, localizados no Distrito Industrial dos
Imborés, localizado à margem da BR-116.

>>PAULO SOUTO (DEM)

Na região do Sudoeste Baiano, serão apoiadas atividades agropecuárias
e industriais diversificadas e integradas, com potencialização da
região como um oito dos Pólos Irradiadores de Desenvolvimento da
Bahia.

Os agricultores familiares serão financiados com pontos de
infra-estrutura hídrica e adutoras, bem como 10 unidades de recepção e
resfriamento de leite e frigoríficos  e 5 fábricas de ração, para
incrementar a produção de carnes e leite, em complementariedade a
produção de grãos do Oeste.

No programa geral de desenvolvimento será implantado o Governo
Regional do Sudoeste, descentralizando a gestão,com instalação de pelo
menos 5 escolas profissionalizantes e uma faculdade de tecnologia, e
implantação do PROTEC com financiamento a formação profissional na
rede privada, com foco para as áreas de gado e calçados, algodão e
têxtil, e madeira e móveis, áreas prioritárias de expansão.

Na saúde serão instalados centros de especialidades integradas – CEI,
no padrão SAC de atendimento, que farão exames e consultas, além de
garantia de realização de cirurgias eletivas em no máximo 90 dias, em
toda a região sudoeste, com transporte gratuito entre as cidades para
usuários do SUS. Na segurança funcionarão módulos policiais 24 h como
bases de apoio operacional para a PM, além de videomonitoramento nos
centros urbanos com grupos de policiais em motos com respostas
rápidas. A nova Agência de Inteligência, destinada ao combate ao
tráfico de drogas e crime organizado, fará o enfrentamento aos
bandidos na região, de forma repressiva, recuperando o controle e a
tranqüilidade dos cidadãos

A região também vai experimentar na educação uma expansão do ensino em
tempo integral, com flexibilização curricular e 2º Turno com ensino
profissionalizante, escola de línguas e o Viva Bahia, que são centros
de esporte e a cultura como suporte a formação humana.

Vamos ampliar o sistema de abastecimento de água de Vitória da
Conquista e trabalhar ao lado Governo federal para a construção do
novo aeroporto da cidade. Retomaremos o processo de atração de novas
indústrias, complementando a cadeia de carnes, algodão, couro, além de
especial atenção na expansão do Pólo de Mineração.

>>JAQUES WAGNER (PT)

Aumentar o efetivo policial, ampliar o programa Ronda nos Bairros,
reestruturar delegacias de homicídios e criar a delegacia de tóxicos
/entorpecentes; Recuperar as estradas Conquista Brumado e Conquista
Itambé; ampliar o terminal do atual aeroporto e licitar a construção
do novo; Mais vagas de educação profissional e ampliar ensino médio no
campo com intermediação tecnológica; Mais arranjos produtivos da
agricultura familiar, através do acesso ao crédito e à assistência
técnica.

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