Tribuna da Bahia

Em clima de entusiasmo, o candidato do PMDB ao governo do Estado, Geddel Vieira Lima, colocou o bloco na rua e lançou o comitê de campanha peemedebista na capital baiana.

Em postura de embate eleitoral, o deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional procurou dirigir críticas ao governo atual e afagar os companheiros de chapa e defensores de sua candidatura, a exemplo do prefeito de Salvador, João Henrique. Geddel alfinetou o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, ao dizer que não pretendia “disputar carinho e amizade” com o presidente Lula e nem com a candidata a Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), mas que iria seguir a mesma “linha de gestão”, sendo a “voz” que irá reivindicar os interesses da Bahia em Brasília.

O peemedebista disse que pretende deixar a “amizade de fora” quando for discutir as demandas do Estado com a petista, caso ela seja eleita. “Na coisa pública, o que eu quero é aquilo que eu já disse na convenção: que Dilma saiba que eu serei sempre um governador a reivindicar aquilo que interessa ao nosso Estado. A amizade a gente deixa à parte”, afirmou.

Sobre a tão citada proximidade de Wagner com Lula e Dilma – explorada em peças de campanha e no lançamento do comitê do petista -, o candidato do PMDB ressaltou que sua relação com o presidente e a postulante ao Planalto se deve ao fato de serem aliados, e de ter sido ministro do governo. “Eu apoio a ministra Dilma.

E estaremos, eu governador e ela presidente, trabalhando na mesma linha”. Demonstrando impaciência com os questionamentos da imprensa referentes ao seu empenho com a campanha presidencial e ao duplo palanque, já que o PT e o PMDB apoiam Dilma na Bahia, ele disse que não deveria restar mais dúvidas de seu “engajamento”. “Tenho afeto e respeito a Dilma. Fomos colegas e estamos juntos em um mesmo projeto. Se eu falasse mais de Dilma (no discurso) você não me chamaria de político, mas de puxa-saco”, respondeu a uma repórter.

Geddel desconversou sobre as declarações do candidato a vice de Wagner, Otto Alencar (PP), de que seria o influenciador no processo de dupla filiação impetrado pelo PR. “Estamos aqui conversando tantas coisas importantes para Bahia, para o futuro. Vou preferir não responder ao candidato a vice-governador do meu adversário”, esquivou-se, para depois dizer que Otto “quer politizar o fato e eu não vou entrar nesse jogo. Essas questões se resolvem na Justiça”.

E que não faz “crítica pela crítica”

Ao relacionar os “pontos frágeis” da gestão petista estadual, o ex-ministro justificou que não seria “a crítica pela crítica”. “É consubstancial constatarmos que um Estado que aluga 300 motos pra servir à segurança pública e depois de 50 dias permite que seja estampado na manchete de um grande jornal que os veículos estão parados ao relento por falta de emplacamento e motociclista, me perdoem a rudeza da palavra, mas não há outro termo senão incompetência gerencial”, disparou. Segundo ele, o governo tem feito pirotecnia com as blitze de “última hora” realizadas principalmente nos bairros de classe média da capital baiana.

No discurso, ele criticou também o programa do governo Topa – Todos pela Educação. “Não é possível que a grande marca deste governo seja a de ensinarem idosos a escreverem o próprio nome”. Conforme o peemedebista, sua intenção é de redimensionar o programa, equacionando investimentos para as creches e pré-escolas.

Durante seu discurso, Geddel procurou ainda sensibilizar a plateia composta por militantes e correligionários ao exaltar a figura da família. Ele citou os pais, esposa e os filhos nominalmente “Fiz questão que meus filhos estivessem aqui hoje por uma razão: para que vocês olhassem o rosto deles e percebessem que isso me motiva a trabalhar”, disse, destacando que o “infinito amor” à Bahia seria a principal razão de trabalhar pelos “filhos da terra”.

Os companheiros de chapa, o candidato a vice Edmundo Pereira (PMDB) e ao Senado César Borges (PR) e Edvaldo Brito (PTB) também fizeram discursos inflamados com elogios à figura do ex-ministro.

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