Terra/Dassler Marques

Felipão vibra nas tribunas 619 Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Desde que saltou cedo da cama, no início da manhã de quinta-feira, ao início da madrugada no Pacaembu, Luiz Felipe Scolari respirou Palmeiras. Reviu amigos de longa data, muitos companheiros da famosa coletividade palestrina. Voltou oficialmente a ser o comandante alviverde e, mesmo das tribunas, se mostrou pé-quente: terminou a noite com uma convincente vitória diante do Santos.

O dia 15 de julho de 2010 ficará marcado como a volta de Felipão ao Palmeiras após uma década em que levou seu nome para o mundo. No período, conquistou a Copa do Mundo com a Seleção Brasileira, teve grandes resultados por Portugal, uma passagem meteórica pelo Chelsea e arrecadou bons trocados no Uzbequistão. Como um bumerangue, retornou a sua origem, e o Terra seguiu seus passos.

Como costumam dizer as pessoas mais próximas, Felipão respira futebol 24 horas por dia. Por isso, fez questão de se juntar ao elenco palmeirense desde as primeiras horas da manhã. Foi à concentração e se juntou aos auxiliares Murtosa e Galeano para uma conversa a respeito do clube. O ambiente já era “contaminado” pelo novo chefe.

Para a apresentação na Academia de Futebol, Scolari pegou uma carona com Galeano e mostrou pontualidade: o evento estava agendado para 11h30, mas já antes disso o novo treinador falava à imprensa. Fez agrados aos patrocinadores, acariciou a Traffic, que lhe tirou Cleiton Xavier e Diego Souza, e partiu para um novo compromisso.

Executivos e convidados de Parmalat, Banif e Unimed acompanharam Felipão em um almoço. Em seguida, o astro do dia voltou ao seio do elenco e por lá ficou até a partida para o Pacaembu. Chegou ao estádio junto aos jogadores, participou da preleção e, das tribunas, viu um time do jeito que gosta: bem posicionado em campo, com marcação firme e muita alma.

O atacante Ewerthon, velho conhecido dos tempos de Felipão na Seleção Brasileira, marcou um golaço para o chefe. “Tive a fecilidade de trabalhar com ele na Seleção. Vai pôr a cara dele no Palmeiras”, disse após o clássico. “É um dia maravilhoso e conseguimos, na apresentação dele, ter uma grande vitória sobre um grande time”.

Pedido expresso do chefe, o meio-campista Tinga também fez gol para recepcioná-lo oito minutos depois de entrar em campo no lugar de Lincoln. “Agora é conhecê-lo durante a semana. A primeira palavra na preleção foi do Murtosa e ele finalizou”, contou. Sorridente, já tinha a cor verde em seu aparelho.

A passos largos, Felipão desceu ao vestiário. Todos os jogadores passaram até o ônibus, mas o novo treinador ficou longos minutos a portas fechadas. Dedicou muitos e muitos minutos a José Lazaro, um senhor que trabalha negociando transmissões de futebol de entidades como Conmebol e Concacaf. Conversaram em particular.

Após muita espera, passou pelos repórteres que aguardavam sua última palavra da noite. Cercado por vários seguranças, Felipão preferiu não falar. Para se proteger da chuva forte, encobriu a careca com uma prancheta. Apertou o passo e foi até um Mercedes prata, estacionado próximo ao Portão 23 do Pacaembu. Era o fim de mais um grande dia na vida de Luiz Felipe Scolari.

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