Marcel Rizzo, iG São Paulo

    Até o final de julho, o comitê paulista para a Copa de 2014 se reunirá com Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local) do Mundial no Brasil, e apresentará três estádios como candidatos a receber os jogos na cidade. Nenhum deles permite que almeje o jogo de abertura, portanto o provável é que São Paulo saia deste encontro abrindo mão da partida inaugural.

    Serão apresentados a Arena Palestra, o projeto de modernização do estádio do Pacaembu, patrocinado por uma empresa privada e uma construtora, e mais uma vez o plano de reforma “light” do Morumbi, que a Fifa já vetou inicialmente. Os dois primeiros não terão capacidade mínima para receber a abertura. O “Piritubão”, estádio que poderia ser erguido no distrito de Pirituba, na zona noroeste da capital, não faz parte do menu em um primeiro momento.

    O principal defensor de não se aventurar em construir um estádio novo, provavelmente usando dinheiro público, e deixar a abertura para outra cidade é justamente o coordenador do comitê, Caio Luiz de Carvalho, ex-ministro do Esporte e Turismo no governo de Fernando Henrique Cardoso.

    “Todo mundo sabe o que eu penso desde 2007. A abertura não é algo vantajoso financeiramente para a cidade. São Paulo vai receber jogos da Copa, isto é certo. Se não tivermos a abertura não será o fim do mundo”, disse Caio Carvalho ao iG.

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    Estádio do Morumbi: projeto mudou algumas vezes e São Paulo optou por valor menor para a reforma

    Antes da reunião com Teixeira, Carvalho se encontrará com o governador Alberto Goldman e com o prefeito Gilberto Kassab. Publicamente, ambos se dizem contra a construção de um novo estádio em São Paulo, mas o prefeito já teve encontros reservados com Ricardo Teixeira para tratar do “Piritubão”.  O estádio nasceria em um terreno no qual está previsto a construção de um grande centro de convenções, o maior da América Latina.

    No bate-papo entre os três eles baterão o martelo sobre os três projetos que serão propostos a Teixeira. Por enquanto, Pirituba está fora. Só entra se Kassab fizer questão da abertura, mas ele já sabe que terá os votos contrários de Goldman (e por tabela de Serra, candidato a presidente e padrinho político do prefeito) e de Carvalho.

    Veja abaixo detalhes das três propostas que chegarão a Teixeira:

    Arena Palestra: A reforma do estádio Palestra Itália, que deve começar no final de julho, prevê a construção de uma arena para 45 mil pessoas até dezembro de 2012. A obra está orçada em R$ 300 milhões e será bancada com dinheiro privado, comandada pela construtora WTorre e pelos bancos Santander e Votorantim.

    Segundo o jornal “Placar”, em 2007 o então governador José Serra afirmou a dirigentes do Palmeiras que a Arena seria usada na Copa. Era só esperar que a vaga cairia no colo. Na sexta passada, antes e depois do amistoso contra o Boca Juniors, conselheiros e diretores diziam-se animadíssimos com a possibilidade de receber jogos da Copa. Um mais ligado ao presidente Luiz Gonzaga Belluzzo disse garantir que a Arena seria uma das sedes. Muitos falavam até em São Paulo ter dois estádios, possibilidade já publicada pelo iG.

    Pacaembu: O projeto foi criado pelo ex-secretário de esportes da capital Walter Feldman. Prevê a modernização, ampliando para 45 mil pessoas, a custo de R$ 400 milhões. Seria bancada por dinheiro privado, com as participações da BWA, empresa que inicialmente apenas gerenciava venda de ingressos e agora participa da compra de direitos econômicos de jogadores, e da construtora Camargo Corrêa. Não tem a presença do Corinthians, que já desistiu de pegar a concessão do estádio.

    Morumbi: O São Paulo, proprietário do estádio, afirmou que vai manter a reforma do Morumbi, apesar do veto da Fifa à presença do campo na Copa do Mundo. O projeto aprovado pela diretoria prevê gastar no máximo R$ 265 milhões, bem abaixo dos R$ 630 milhões que seriam necessários para adequar o local para receber a abertura. Pelo menor valor, a Fifa diz que o Morumbi estaria apto apenas para receber jogos até as oitavas de final.

    Se estivesse na Copa, o São Paulo utilizaria linha de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ajuda de patrocinadores privados. Sem o Mundial diz que fará apenas com o auxílio dos parceiros. Diretores do clube ainda acreditam que possam receber jogos do Mundial.

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