País-sede do próximo Campeonato Mundial de Futebol, Brasil poderá ser um campo aberto ao evangelismo em 2014. A proximidade entre a fé evangélica e o futebol, aliás, também tem crescido por aqui. Desde a final da Copa de 1994, realizada nos Estados Unidos, o assunto chama a atenção. “A maioria das pessoas aqui estão concentradas nos jogos, mas nós, como povo de Deus, usamos diversas estratégias para anunciar as Boas Novas”, concorda a missionária brasileira Vanessa Faustini, da Igreja Batista de Curitiba. Ela chegou à África do Sul em março e fica pelo menos até agosto, a serviço de Jovens com Uma Missão (Jocum). “Como a organização mobiliza equipes do mundo inteiro nesses eventos, a Igreja local também é beneficiada e encorajada”. Vanessa diz que a ênfase é sempre de trabalhar com as igrejas do país que sedia a competição – afinal, é ali que os novos convertidos irão congregar. Além disso, diz ela, os evangelistas brasileiros têm uma vantagem a mais: a grande popularidade mundial do futebol verde-e-amarelo, “Consegui me aproximar mais facilmente de muitos africanos por ser do Brasil”, conta. Para iniciar a conversa, nada melhor do que falar o nome de craques famosos, como Kaká, Robinho ou Ronaldinho, que mesmo não tendo ido à Copa é muito popular, sobretudo entre as crianças. Fé e polêmica As palavras da jovem missionária brasileira ganham relevância quando se sabe que o país sediará a próxima Copa do Mundo Fifa, em 2014. Nesta semana, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em Johanesburg para o lançamento oficial da competição. Ainda faltam quatro anos, tempo suficiente para a Igreja Evangélica brasileira, que tem crescido exponencialmente nos últimos anos, preparar-se para entrar em campo com a bola no pé e a Bíblia na mão. A proximidade entre a fé evangélica e o futebol no Brasil, aliás, também tem crescido. Desde a final da Copa de 1994, realizada nos Estados Unidos, o assunto chama a atenção. Ali, durante a decisão do título entre as seleções de Brasil e Itália, aconteceu aquele que foi considerado o duelo entre Jesus e Buda. A última cobrança de tiro livre direto foi confiada ao italiano Roberto Baggio que professa o budismo. No gol, o brasileiro Taffarel, crente em Jesus. O italiano chutou para fora, deu o título ao Brasil e os crentes deram glórias a Deus. De lá para a cá, a quantidade de craques que professam o Evangelho só fez crescer. O mais conhecido deles é o meia Kaká, considerado pela Fifa o melhor jogador do mundo em 2007. Ligado a uma igreja neopentecostal de São Paulo, o atleta é um evangélico convicto, que garante ter chegado virgem ao casamento e contribuir fielmente para sua igreja com os salários milionários que recebe do Clube Real Madrid, da Espanha, onde joga. Além disso, é comissário voluntário da ONU para a infância e faz questão de usar adereços com motivos evangélicos, como uma camiseta com a legenda “I belong to Jesus”. Ele e outros jogadores brasileiros de ponta, como o zagueiro Lúcio, o meia Kléberson e o atacante Luís Fabiano, que estiveram em África do Sul-2010, já até despertaram polêmicas por seu engajamento religioso. Na última edição da Copa das Confederações, competição vencida pela seleção brasileira em 2009, eles foram alvo de protestos de outras federações e até da Fifa por conta do que seria um exagero na divulgação da mensagem religiosa nos estádios. Antes desta Copa do Mundo, a Fifa até enviou representantes à delegação brasileira para recomendar moderação nas expressões de fé. Ficou decidido que as camisetas com mensagens cristãs não poderiam ser usadas, mas Kaká não se fez de rogado: pediu ao seu patrocinador que a palavra “Jesus” fosse impressa em sua chuteira. Sem muito resultado – jogando um futebol apático, como todo o time brasileiro, Kaká pouco foi notado em campo neste Mundial. Ainda não dá para saber se o meia, de 28 anos, estará em campo em Brasil-2014. Contudo, com o expressivo crescimento da Igreja brasileira, que já tem cerca de 35 milhões de fiéis, e a habilidade nacional coma bola, é certo que o país terá muitos crentes em ação na próxima Copa do Mundo – não apenas dentro, mas principalmente, fora das quatro linhas, proclamando o nome de Jesus no país do futebol. E, melhor ainda, se puder também comemorar o hexa… Fonte: Cristianismo Hoje |