do G1

Deputado Índio da Costa, do Rio de Janeiro, foi oficializado como vice da chapa tucano-democrata. Indicação aconteceu após série de conversas e até anúncio de outro nome. ‘Foi surpresa para mim também’, disse ele após indicação.

DEM indica Indio da Costa (com o braço erguido) para a vaga de vice ao lado de José Serra

 O deputado Índio da Costa (DEM-RJ) disse nesta quarta-feira (30) ter sido surpreendido com sua indicação para o posto de candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB). A oficialização da aliança aconteceu nesta quarta cerca de uma hora após o anúncio do nome do deputado do Rio de Janeiro.

O parlamentar discursou na convenção do DEM logo após ter seu nome aprovado por aclamação. “É com muito orgulho que aceito essa tarefa em nome do Democratas. Foi surpresa pra vocês, mas foi surpresa para mim também.” Índio da Costa disse que “não tinha como recusar” o convite. Ele classificou Serra como “ o mais preparado para governar o país” e criticou o “loteamento da máquina pública” no governo federal.

O candidato a vice agradeceu ao ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), que o lançou na política, e outras lideranças do partido. O discurso de Índio foi rápido –durou cerca de cinco minutos.

Desfecho da crise

A indicação de Índio da Costa é o desfecho de uma crise iniciada na semana passada, quando o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciou, pelo Twitter, que o escolhido para compor a chapa de Serra era o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

O anúncio irritou o Democratas, e líderes do partido chegaram a cogitar romper a aliança com o PSDB. O partido entendia que, como o ex-governador mineiro Aécio Neves não havia aceitado compor a chapa, a vaga seria destinada a eles, aliados históricos dos tucanos.

Com a crise instalada, Serra evitou eventos públicos no final de semana. Ele não compareceu à convenção nacional do PPS, que apoia sua candidatura, no Rio de Janeiro.

Na segunda (28), durante o jogo do Brasil contra o Chile, o presidenciável declarou apenas que a questão do vice seria resolvida. O tucano se recusou a responder outras perguntas feitas pelos jornalistas. Durante a noite, democratas e tucanos se reuniram no apartamento do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), mas não houve acordo.

Na terça, uma nova reunião foi realizada em São Paulo, desta vez com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos principais nomes do PSDB. Ao deixar a reunião, o presidente do DEM, Rodrigo Maia, voltou a cobrar publicamente o direito de o partido indicar o nome do vice e disse que o “casamento” com os tucanos estava em crise.

Enquanto isso, a escolha de Álvaro Dias se tornava mais difícil depois que o irmão dele, senador Osmar Dias (PDT) decidiu concorrer ao governo do Paraná, em uma aliança com o PT e dando apoio à candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT).

Na noite de terça, outra reunião do Democratas seria realizada, desta vez, em Brasília.Também não houve acordo. Na manhã desta quarta, a convenção nacional do partido, na capital federal, foi suspensa por algumas horas para que Serra e Maia, reunidos em São Paulo, chegassem a um acordo.

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