Tribuna da Bahia/Ludmilla Cohim

 A chuva voltou a cair na capital baiana durante todo dia de ontem, trazendo muitos transtornos para a população, acostumada com altas temperaturas. Os soteropolitanos tiveram que tirar casacos esquecidos dos armários e não abriram mão dos guarda-chuvas. O trânsito, que já é caótico diariamente, ficou ainda pior e o alagamentos em diversos pontos da cidade provocaram longos engarrafamentos, para desespero da população.

 Basta chover um pouco para a cena se repetir: pontos de alagamento na Calçada e em diversos bairros de Salvador e trânsito lento. Preocupado com as fortes chuvas que castigam o Nordeste brasileiro, o frentista Arovaldo dos Santos, teme que o mesmo ocorra na capital baiana.

 

“Já passei por inúmeras dificuldades ocasionadas pela chuva aqui em Salvador e sempre que o céu escurece o medo toma conta de mim e de toda a minha família”, disse. Santos acrescentou que costuma utilizar o transporte coletivo e que passa muitos apertos por conta das chuvas. “Os pontos precisam de coberturas.

Tem um ponto situado no bairro de Nazaré, próximo ao Colégio Severino Vieira, que não tem proteção. As pessoas ficam tomando chuva. Isso é um desrespeito”.
 
Ao ser questionado sobre a situação do bairro onde reside, o frentista dispara. “Periperi no inverno vira uma cidade marítima”. Morador há 10 anos da comunidade localizada no Subúrbio Ferroviário de Salvador ele garante que há muitos anos não há melhora no saneamento básico da região o que acarreta uma série de problemas para a comunidade.

“Todos anos é a mesma coisa: quando chove na região a água vem do canal corre para dentro das casas e destrói boa parte dos móveis dos moradores e por fim transmite uma série de doenças, principalmente a leptospirose”, reclama.

E as reclamações não param por aí. O estudante de Direito Marcelo Guimarães, contou que em dias de chuva procura planejar seu dia para não sofrer aborrecimentos e possíveis problemas.

“Quando chove saio de casa duas horas antes do horário habitual. Moro entre a Pituba e o Itaigara e a situação é caótica há muito tempo em termos de buracos. A obra que não acaba em frente ao Parque da Cidade tem estreitado a pista, gerando engarrafamentos enormes e irritantes todos os dias.”, reclama.

OCORRÊNCIAS – De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), atualmente existem em Salvador cerca de 540 áreas de risco e aproximadamente 2.100 pontos de risco. Estima-se que uma média de 100 mil de pessoas esteja habitando as áreas de risco na capital baiana.

Mesmo sendo missão do poder público proteger a vida dos moradores das áreas de risco, qualquer pessoa pode ajudar a evitar tragédias relacionadas a acidentes geológicos.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

É importante que toda a população soteropolitana tome medidas de precauções no período de chuva, já que, segundo a Codesal, os sinais de riscos são evidentes. Deve-se observar as rachaduras nos imóveis e nos terrenos, que podem significar um possível desabamento ou deslizamento de terra, principalmente para quem mora em encostas, ou perto de rios e córregos.

É preciso também observar árvores e postes. Se estiverem com alguma inclinação, também é sinal de alerta. O subsecretário da Codesal, Osny Bonfim, orienta ainda para o corte nos taludes, “que não devem ser feitos de maneira inadequada e sempre com uma orientação técnica. Dessa forma os riscos diminuem”. A água também não pode ser jogada diretamente nas encostas.

Em caso de muita chuva, deve-se ficar atendo a subida de rios e córregos, que na maioria das vezes acontece rapidamente. Neste casos, o mais importante é abandonar o imóvel. Se perceber algum desses indícios deve-se entrar em contato com a Defesa Civil, que pode ser acionada a qualquer hora pelo telefone 199. A ligação é gratuita. Até o final da tarde de ontem o órgão registrou quase- 60 ocorrências.

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