A assessoria da Polícia Civil de Minas Gerais informou no final da tarde desta terça-feira que as manchas encontradas no sítio e na caminhonete do goleiro Bruno podem não ser de sangue, conforme havia sido divulgado anteriormente. De acordo com o órgão, o material dos vestígios encontrados só poderá ser confirmado após a realização de uma perícia.

As manchas foram encontradas na sala do sítio e no carro do jogador durante as buscas realizadas na noite de segunda-feira. Segundo o titular do Departamento de Investigações, Wagner Pinto, os rastros foram vistos após a aplicação de luminol, um agente químico especial capaz de fazer aparecer vestígios invisíveis a olho nu.

Nesta terça-feira, a polícia ouviu por quase três horas o depoimento de Cleiton da Silva Gonçalves, motorista que dirigia a caminhonete de Bruno quando o veículo foi apreendido no dia 8 de junho em uma blitz, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

O carro foi parado pela Polícia Militar por excesso de velocidade e foi apreendido por estar com os documentos vencidos. A data da ocorrência coincide com o desaparecimento de Eliza Samudio, 25 anos.

Acompanhado do advogado Lourivaldo Carneiro, Cleiton falou brevemente com a imprensa após o depoimento. “Eu sou inocente e a Justiça vai provar isso”, disse. Carneiro afirmou que seu cliente estava sendo liberado por não ser considerado suspeito pelo crime e que o depoimento fazia parte da investigação policial.

A polícia espera agora ouvir explicações do goleiro e de seus colegas sobre fraldas e uma passagem aérea encontradas também no sítio. Novas buscas foram realizadas no entorno da propriedade nesta terça-feira, mas um balanço ainda não foi divulgado.

 Casa do sítio de propriedade do goleiro Bruno no Condomínio Turmalina, na cidade de Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte

Foto: Agência Estado

Casa do sítio de propriedade do goleiro Bruno no Condomínio Turmalina, na cidade de Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte

Sumiço

O goleiro Bruno é considerado suspeito pela polícia pelo desaparecimento de sua ex-namorada Eliza Samudio, de 25 anos. Ela é mãe de Bruninho, que seria filho do jogador, de quatro meses, e está desaparecida há cerca de três semanas. Na última semana, a polícia recebeu uma denúncia de que a jovem havia sido espancada por três pessoas no sítio do atleta, localizado no município de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Segundo investigações, o atleta do Flamengo não concordava em assumir a paternidade do suposto filho, nascido após o fim do namoro, no ano passado. O bebê, que também estava desaparecido, teria sido encontrado pela polícia na casa de uma amiga da atual mulher do jogador, Dayane Souza, e agora está sob a guarda do avô materno em Foz do Iguaçu (PR).

Ontem, agentes da Delegacia de Homicídios de Contagem e homens do Corpo de Bombeiros realizaram buscas e escavações na propriedade do atleta do Flamengo por cerca de seis horas. Durante a ação, foram encontradas fraldas, roupas femininas e uma passagem aérea com nome ilegível. O material será enviado para avaliação de peritos do Instituto de Criminalística.

Afastamento

Na manhã de segunda-feira, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, anunciou que Bruno ficará afastado por tempo indeterminado do restante do elenco rubro-negro. Segundo ela, o atleta não participará da intertemporada durante a pausa no Campeonato Brasileiro para a Copa do Mundo em Itu, no interior de São Paulo.

“Por enquanto, ele ficará treinando somente no Ninho do Urubu (CT do clube)”, afirmou, completando que a decisão foi tomada para que o atleta esteja disponível caso seja convocado a prestar depoimento.

*com informações da Gazeta Esportiva

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