Matheus Pichonelli, iG São Paulo

Em sete meses, caiu quase pela metade o percentual de rejeição sobre a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. De novembro para junho, a ex-ministra da Casa Civil, que soma 40% das intenções de voto – contra 35% do principal adversário, o tucano José Serra – viu ser reduzido de 41% para 23% o número de eleitores que diziam não votar na petista “de jeito nenhum” – o índice era de 27% até março, de acordo com a mais recente pesquisa CNI/Ibope.

Em trajetória oposta, o número de pessoas que disseram que “com certeza” votariam na petista subiu de 14%, em novembro, para os atuais 35%. No mesmo período, a rejeição a Serra subiu e alcançou 30% neste último levantamento – era de 25% em março e de 29% em abril. Ao mesmo tempo, os eleitores fiéis, que disseram ter certeza de que votariam no tucano, subiu de 25% para os atuais 28% desde novembro.

Foto: AE/CELSO JUNIOR

Lula faz sombra atrás da ex-ministra Dilma Rousseff durante seu discurso

A mudança no cenário para a sucessão presidencial, ilustrada pelo levantamento divulgado nesta quarta-feira, acontece num momento em que a candidata petista acumula mais conhecimento por parte dos eleitores ouvidos pelo instituto.

A ascensão da ex-ministra também coincide com o período em que o nível de popularidade e de aprovação ao governo do presidente Lula atingem níveis recordes, segundo o mesmo levantamento. Não por acaso, praticamente três em cada quatro eleitores hoje sabem que ela é a candidata apoiada pelo presidente.

Embora hoje Dilma seja mais conhecida do que sete meses atrás – e também mais identificada como a candidata do presidente Lula –, ainda é baixo o número de pessoas que dizem conhecer “bem” a candidata se comparado com Serra (35% contra 13%).

De novembro para cá também oscilou positivamente o índice de pessoas que garantem conhecer “mais ou menos” e “pouco” a ex-ministra, enquanto apenas 4% dos entrevistados dizem que não a conhecem (o grau de desconhecimento de Serra é de 0%) e 23% afirmam que só a conhecem por ouvir falar (eram 32% em novembro).

Já a candidata do PV, Marina Silva, apesar de estagnada na terceira posição e não atingiu dois dígitos nas intenções de voto, viu ser reduzido pela metade o número de eleitores que ignoram seu nome – eram 26% em novembro e hoje somam 13%. Embora ainda alta, a taxa de rejeição de Marina (29%) também caiu significativamente, já que rondava os 40% dos entrevistados há sete meses.
 

Candidata “do cara”

Foto: Agência Estado

Lula com sua então ministra da Casa Civil

Hoje, 73% dos eleitores acertam quando perguntados sobre quem é o candidato apoiado pelo presidente Lula para a sua sucessão.

São 73% dos entrevistados, contra 58% observados em março deste ano. Ainda há 27% de entrevistados que não sabem responder a pergunta, índice bem menor do que o apurado há três meses (42%). Apesar do número, e da alta taxa de popularidade do presidente – cujo governo é aprovado por 75% dos entrevistados, enquanto o “estilo Lula” é aprovado por 85% – a pesquisa detectou, porém, que existem hoje menos pessoas dispostas a votar no candidato apoiado por Lula, numa espécie de princípio de descolamento de Dilma em relação ao seu maior padrinho político. 

Se em março último o índice chegava a 53%, hoje o número é cinco pontos percentuais menor. É exatamente a diferença apurada no período de eleitores que disseram que não vão levar em conta a escolha do candidato em razão do apoio do presidente (33% contra os atuais 37%).

Compartilhe