Carolina Mendonça | A TARDE On Line*

O menino I.N.O., de um ano de idade, que teve a perna amputada após ser supostamente picado por uma aranha na cidade de Alagoinhas, onde mora, foi transferido na noite desta quinta-feira, 17, do Instituto da Criança no Hospital das Clínicas, em São Paulo, para o Hospital Jorge Valente, em Salvador.

O diretor do Hospital Jorge Valente, Humberto Alves, disse que a necrose que levou a amputação da perna do menino e de parte do rim foi provocada pelo um fungo chamado Zygomiceto. Este fungo causou uma murcomicose, que é o entupimento dos vasos sanguíneos, levando à morte do organismo (necrose).

O diretor explicou que não há certeza de como a criança adquiriu esse fungo, mas que tudo indica que foi mesmo através da picada de aranha, já que o fungo precisa ser injetado no organismo, e uma forma para isso acontecer seria através do animal. No dia em que o menino apresentou a ferida na perna, familiares não encontraram a aranha na residência e o organismo da criança não respondeu ao soro contra o veneno do animal.

Humberto Alves contou que o menino, que está internado em uma ala isolada da pediatria, apresenta quadro estável, mas está com paralisia parcial no diafragma e derrame na pleura (membrama que reveste o pulmão), o que dificulta a respiração em alguns momentos. O diretor do Jorge Valente informou que a criança vai passar por uma avaliação para verificar se tem condições de receber alta e continuar o tratamento em casa.

Apesar dos problemas, Jamile Nascimento, 28 anos, disse que o filho é bem-humorado e brinca normalmente. “Parece que ele nem sabe que só tem uma perna. Essa única perna serve como se ele tivesse as duas”, conta a jovem.

Essa é a segunda vez que a criança é internada no Jorge Valente. O menino deu entrada no hospital no dia 21 de fevereiro em estado grave, quando teve a perna amputada por conta da necrose e recebeu o diagnóstico de suposta picada de aranha. No dia 18 de março, ele foi transferido para o Instituto da Criança, em São Paulo, onde teve a necrose controlada e foi identificada a presença do fungo.

*Com redação de Paula Pitta | A TARDE On Line

Compartilhe