O Globo

BRASÍLIA – O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) criticou nesta segunda-feira a proposta, feita por tucanos, de a Câmara se envolver na apuração do suposto dossiê elaborado contra o pré-candidato do PSDB, José Serra . Segundo Vaccarezza, as denúncias sobre o suposto dossiê devem ser feitas à polícia. A intenção de que acionar as comissões da Câmara para investigar o caso e fazer acareações foi anunciada no último sábado pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), segundo nota do G1.

– Se alguém tiver denúncia vai ter que procurar a polícia. A Câmara não vai entrar nisso. É factóide. Não é um debate da Câmara. Quem quer fazer acareação aqui é porque está desesperado, não está interessado no debate político (do período eleitoral), quer desviar a atenção ou fazer o que não deve, criar confusão – disse Vaccarezza.

” Essa questão de um suposto dossiê é factóide. Não existiu pessoa contratada pela campanha para fazer isso, ninguém pediu nada. O jornalista Amaury Ribeiro está fazendo um livro, com denúncias, há muito tempo “


Em entrevista nesta segunda-feira, Vaccarezza insistiu na tese de que não existiu a confecção de um dossiê contra Serra, elaborado por integrantes da campanha da pré-candidata Dilma Rousseff .

Segundo Vaccarezza, ninguém da campanha da Dilma discutiu qualquer questão relacionada a esse tema.

– Essa questão de um suposto dossiê é factóide. Não existiu pessoa contratada pela campanha para fazer isso, ninguém pediu nada. O jornalista Amaury Ribeiro está fazendo um livro, com denúncias, há muito tempo e o Amauri fez contato com o Lanzetta, da empresa contratada pela campanha para contratar pessoal. Eles discutiram isso, mas as pessoas da campanha da Dilma nunca discutiram sobre isso – disse Vaccarezza.

O líder descartou neste domingo que o ex-prefeito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) tenha se desgastado neste episódio. Para Vaccarezza, Pimentel não discutiu sobre a confeccção do suposto dossiê e não houve erro da parte dele:

– É bobagem, não tem nem pé nem cabeça, esse papo de que Pimentel está desgastado. O que temos é uma pré-coordenação de campanha e ele continua integrando a pré-coordenação. Teremos também um conselho político, de partidos que apóiam a candidatura Dilma, que terá mais peso que a coordenação.

” Queremos discutir projeto para o país e não essas picuinhas. Deixe isso com os tucanos, que estão desesperados. A crise na campanha de Serra está grande “


Segundo Vaccarezza, o PT vive atualmente um momento de muita unidade e a oposição, preocupada com o crescimento da candidatura Dilma, está se amparando neste debate sobre o dossiê em vez de discutir programas de governo. Além disso, acrescentou Vaccarezza, a campanha de Serra está em crise, sem conseguir encontrar um vice para a chapa do tucano e com problemas nos palanques estaduais.

– Queremos discutir projeto para o país e não essas picuinhas. Deixe isso com os tucanos, que estão desesperados. A crise na campanha de Serra está grande. Não tem vice, outro dia anunciou que Osmar Dias sairia ao Senado na chapa tucana e isso não aconteceu, tentou um acordo em Santa Catarina e não aconteceu, parece que no Rio Grande do Sul também tem problema. Serra vai fazer convenção em um momento de desacerto – disse o petista.

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