Renata Gimenes Do Globo Amazônia, em São Paulo

Cerca de 40 estudantes indígenas da aldeia Sagarana ocuparam nesta quarta-feira (19) escolas no distrito de Surpresa. Eles moram a cerca de 10 quilômetros da escola e pedem melhorias no transporte escolar. A cidade mais próxima é Guajará-Mirim, que fica a cerca de 250 quilômetros da aldeia, em Rondônia.

“Há mais de três meses, esses povos não frequentam as aulas, pois o micro-ônibus oferecido pela prefeitura está quebrado. As aulas são oferecidas somente no período noturno, dificultando o acesso dos estudantes”, diz Ivanilda Torres dos Santos, coordenadora do Conselho Indigenísta Missionário (Cimi) de Guajará-Mirim.
Os estudantes levam mais de duas horas para fazer o percurso de 10 quilômetros, segundo Ivanilda. “Alguns vão a pé ou de bicicleta, atravessando mata. Eles chegam em casa já de madrugada”, completa.
Os estudantes, pais e líderes indígenas também dizem que há falta de professores em disciplinas fundamentais, como português e matemática. “Essas duas escolas do ensino médio só chegaram no distrito há dois anos. Os alunos rurais também estão aderindo às mesmas exigências dos índios”, diz a coordenadora.

Além disso, os ocupantes pedem a implantação do ensino médio dentro das 30 aldeias da região, onde só é possível estudar até o ensino fundamental.

Segundo o Cimi, as escolas foram desocupas na noite desta quinta-feira (20) após reunião com a Secretaria Estadual da Educação, que teria se comprometido em, no prazo de 40 dias, providenciar novo transporte e professores para disciplinas carentes.

Foto: Cimi Rondônia/ Divulgação

Em Rondônia, índios pedem melhoria do ensino dentro de aldeias. (Foto: Cimi Rondônia/ Divulgação)

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