Renata Gimenes Do Globo Amazônia, em São Paulo
“Há mais de três meses, esses povos não frequentam as aulas, pois o micro-ônibus oferecido pela prefeitura está quebrado. As aulas são oferecidas somente no período noturno, dificultando o acesso dos estudantes”, diz Ivanilda Torres dos Santos, coordenadora do Conselho Indigenísta Missionário (Cimi) de Guajará-Mirim.
Os estudantes levam mais de duas horas para fazer o percurso de 10 quilômetros, segundo Ivanilda. “Alguns vão a pé ou de bicicleta, atravessando mata. Eles chegam em casa já de madrugada”, completa.
Os estudantes, pais e líderes indígenas também dizem que há falta de professores em disciplinas fundamentais, como português e matemática. “Essas duas escolas do ensino médio só chegaram no distrito há dois anos. Os alunos rurais também estão aderindo às mesmas exigências dos índios”, diz a coordenadora.
Além disso, os ocupantes pedem a implantação do ensino médio dentro das 30 aldeias da região, onde só é possível estudar até o ensino fundamental.
Segundo o Cimi, as escolas foram desocupas na noite desta quinta-feira (20) após reunião com a Secretaria Estadual da Educação, que teria se comprometido em, no prazo de 40 dias, providenciar novo transporte e professores para disciplinas carentes.