A criação da Faculdade de Medicina na Bahia, em fevereiro de 1808, marcou o início do ensino superior no Brasil. No entanto, a expansão no país ocorreu somente depois da Constituição da República de 1891, quando houve a descentralização da oferta de ensino superior, permitindo que os governos estaduais e a iniciativa privada instituíssem seus próprios estabelecimentos.

Ao passar dos anos, vislumbrou-se nos cursos superiores, a ampliação do acesso ao mercado de trabalho. Logo, as vagas disponibilizadas pelas instituições federais se tornaram insuficientes para suprir a demanda.

Na Bahia, o governo do Estado tem atuado para o fortalecimento das instituições de ensino superior. Este ano, por exemplo, o repasse às quatro universidades estaduais – de Feira de Santana (Uefs), do Sudoeste da Bahia (Uesb), de Santa Cruz (Uesc) e do Estado da Bahia (Uneb) – obteve um acréscimo de mais 11% e está orçado em R$ 642 milhões.

Educação superior para 45 mil baianos

A adoção de programas e o diálogo com as entidades que representam os profissionais das instituições estaduais também têm favorecido para a ampliação do ensino superior em várias frentes. Juntas, as universidades estaduais baianas têm quase 40 mil alunos matriculados nos diferentes cursos de licenciatura e bacharelado.

Outros 4,8 mil estão nos cursos de pós-graduação (Lato Sensu e Strictu Sensu), sendo que, aproximadamente 50% de todos os alunos da graduação e pós-graduação estão na Uneb.

De acordo com dados do Sistema de Informações Contábeis e Financeiras / Sistema Informatizado de Planejamento (Sicof/Siplan), entre os anos de 2007 e 2010, somente a Uneb recebeu do governo da Bahia um incremento de 115% em investimentos.

“Nós últimos três anos, as universidades tiveram um crescimento orçamentário, na parte de pessoal, acadêmica e de infraestrutura. Foi um desenvolvimento que, podemos dizer, melhor do que todo o período de existência da Uneb”, afirma o reitor da instituição, Lourisvaldo Valentim.

Valorização dos profissionais

A ampliação e a valorização do quadro docente também estão entre prioridades da política estadual do ensino superior. Concursos públicos estão em andamento para a contratação efetiva de mais servidores, entre eles, 851 professores.

A intenção é aumentar a produção científica e ampliar a propagação do conhecimento em prol do desenvolvimento social do estado. Valentim informou ainda que a Uneb está preparada para mais conquistas. “Estamos trabalhando com um plano de metas onde queremos melhorar cada vez mais a estrutura física, a estrutura acadêmica, com o concurso de professores que já foi liberado pelo governo do Estado, e o concurso de técnicos, que teremos dia 6 de junho. Então, a expectativa é a melhor possível”.

Sobre o plano de promoção e progressão de carreira, entre os principais acordos firmados com o Fórum das Associações de Docentes, está a incorporação de 27,2% de gratificações de estímulo à atividade acadêmica. Foram contemplados 4,4 mil professores do ensino superior.

A professora Sandra Simone Pacheco destacou o plano de carreira oferecido à categoria. “Eu acho que houve uma manutenção dessas universidades estaduais, com certa tendência à ampliação – uma questão que consideramos extremamente importante. Temos registrado alguns avanços, inclusive, no plano de carreira dos professores. O movimento aqui da universidade tem cobrado, de forma positiva, essas respostas do governo”.

A promulgação da Lei 17.778/2009, que assegura o pagamento de pessoal na execução de projetos especiais realizados pelas universidades estaduais, também fomenta os programas educacionais como o Universidade para Todos e o Programa Todos pela Alfabetização (Topa).

O técnico universitário, Luciano Filgueiras, está lotado na Uneb desde a fundação, em 1983, mas há 35 anos é servidor da educação na Bahia. Para Filgueiras, a evolução do ensino superior no estado é expressiva. “Durante o período em que estou na universidade, percebo a expansão da universidade que atinge diversos municípios em várias regiões da Bahia, o que tem possibilitado contemplar a chegada do ensino superior nos vários segmentos da sociedade, principalmente, a partir da implantação das cotas, que foi um avanço importante na política educacional no estado”.

Por meio de uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) foram investidos R$ 3 milhões para o financiamento de 47 projetos de pesquisas das universidades estaduais.

“Pra mim está sendo muito gratificante. Desde que entrei na Uneb, só venho crescendo. Estou trabalhando com grupo de pesquisa, com o centro acadêmico. Existem pontos a serem melhorados, mas, com o que nos é oferecido, estamos conseguindo crescer. Com um pouquinho de empenho, a gente consegue”, destaca o acadêmico, Adailton Cerqueira.

Programas estratégicos

Para facilitar o acesso ao nível superior na Bahia, o programa Universidade para Todos oferece aos alunos egressos de escola pública, curso preparatório ao processo seletivo para Instituições de Ensino Superior (IES), por meio de convênios com as quatro universidades estaduais, mais a Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Entre os anos de 2007 e 2009, mais de 67 mil pessoas foram atendidas pelo Universidade para Todos – este ano, 27 mil pessoas já se inscreveram.

Juliana Fajardini, acadêmica do 9º semestre em Sistema da Informação, sente-se privilegiada pela oportunidade. “Gostei muito de ter entrado na Uneb. Algo bom não apenas para meu futuro profissional, mas para uma construção diferente do ambiente. Sinto-me acolhida. Se você quer fazer as coisas e batalha, aqui você encontra espaço”.

Outra forma de estimular os estudantes é o projeto Faz Universitário. Por meio dele, mais de R$ 9 milhões são aplicados na manutenção de bolsas de estudo de mil alunos.

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