Para atrair os votos de todos os credos, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, assistiu a uma missa ontem pela manhã, disse que é, sim, católica, mas, à noite, recebeu a “bênção” de mães de santo em um evento promovido pelo PT. Na abertura do encontro, Dilma disse que, se eleita, ampliará a política de cotas raciais no ensino “queiram eles ou não”. A pré-candidata chegou a apoiar manifestação do público para adoção do sistema em cursos de pós-graduação. Aproximação não assegura voto católico A mudança de discurso sobre sua fé não garantiu à pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o apoio de dois dos segmentos da Igreja Católica dos quais se aproximou em seu período de “conversão”. Dilma revelou à Folha, em fevereiro deste ano, que não tinha religião específica. Nas últimas semanas, porém, a petista voltou ao tema em várias entrevistas. Na mais recente, publicada pela revista “IstoÉ” desta semana, se disse “cristã” e “católica” -o que voltou a repetir ontem. Ainda assim, a administração da Basílica Nacional de Aparecida e a comunidade Canção Nova, cortejadas por Dilma, anunciaram que manterão “neutralidade” na eleição presidencial. “A gente não manifesta apoio e sempre orienta que os candidatos não venham fazer propaganda política. Se algum chega, acolhemos gentilmente, mas não damos nenhum espaço. O romeiro sabe, o povo não é bobo, o tiro sai pela culatra”, diz o padre e reitor do Santuário Nacional, Darci Nicioli. Sobre a aproximação de Dilma e suas aparições em eventos da Canção Nova, o movimento sustenta nutrir “carinho e zelo” pela pré-candidata como faz com “os milhares de peregrinos e peregrinas que nos procuram para uma experiência pessoal com Jesus”. Fonte: Folha de São Paulo |