da France Presse, em Londres

O euro atingiu nesta sexta-feira a menor cotação em relação ao dólar em 18 meses, ao ser negociado a US$ 1,2433 por unidade, uma consequência de novas inquietações a respeito da saúde econômica e orçamentária da zona do euro.

Às 9h55 (6h55 de Brasília), o euro tinha cotação de 1,2433 dólar, o menor nível desde 21 de novembro de 2008 pelo temor de que os problemas da zona do euro pesem a longo prazo sobre a recuperação econômica europeia.

A cotação do ouro atingiu nesta sexta-feira um novo recorde histórico no London Bullion Maket, a US$ 1.249,40 a onça (28,349 g), em um contexto de crescentes preocupações com a solidez da zona euro.

O recorde foi batido às 10h37 (7h37 em Brasília). Nos minutos seguintes, a cotação caiu US$ 2.

A União Europeia anunciou um pacote orçado em 750 bilhões de euros (quase US$ 1 trilhão) para defender a moeda europeia e impedir a criação de uma crise sistêmica na região. Desse montante, uma parcela de 250 bilhões de euros virá do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Parte dos 750 bilhões de euros vão servir para uma ação fundamental: a compra pelo BCE (Banco Central Europeu) de títulos de dívida privada e pública das economias mais problemáticas, como Grécia e Portugal.

Às voltas com sérios problemas fiscais, quando esses países tentam levantar recursos no mercado internacional, oferecendo títulos com promessas de juros para grandes investidores globais, são forçados a pagar taxas muito altas para encontrar compradores.

Endividando-se a juros muitos altos, e a prazos muito curtos, os países caem ainda mais na desconfiança dos mercados e agências de ‘rating’ (nota de risco de crédito) como S&P e Moody’s rebaixam suas classificações.

O BCE já avisou que essas compras de títulos públicos começaram já nesta segunda-feira, de modo a estimular a queda dos juros pagos nesses papéis.

Outra parcela dos 750 bilhões de euros será utilizada para empréstimos de emergência para as economias mais problemáticas da região, como a Espanha e Irlanda, além das já citadas Grécia e Portugal.

Pelo menos 60 bilhões de euros foram orçados especificamente para esse objetivo, sendo que outros 440 bilhões foram reservados para um sistema de garantias, de modo a constituir o que já se intitula um “mecanismo de estabilização europeu”.

O pacote europeu também prevê que os países envolvidos assumam planos de redução dos deficits nacionais e de reformas estruturais em ritmo acelerado. Lisboa e Madri já se comprometeram com reduções do deficit público para 2010 e 2011, prometendo anunciar maiores detalhes no próximo dia 18.

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