O deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN) disse hoje que o governo do Estado seguiu o seu conselho ao ampliar a vacinação contra a meningite meningocócica para adolescentes e jovens até 24 anos, após o parlamentar denunciar o crescimento do número de casos na Santa Cruz, Nordeste de Amaralina, principalmente na faixa etária que não tem cobertura vacinal.

”Há muito tempo nós da Oposição vinhamos denunciando o crescimento da meningite meningocócica na Bahia e a Secretaria de Saúde sempre negou que houvesse um surto da doença na Bahia. Daqui desta tribuna, reafirmei os sucessivos casos de meningite, por exemplo que estavam assolando em Santa Cruz, Nordeste de Amaralina”.

”Sugeri aqui que a cobertura vacinal fosse ampliada para adolescentes e jovens até os 24 anos. Fui rebatido com veemência. Disseram que eu estava querendo semear o pânico entre a comunidade da Santa Cruz. Agora, vem o governo para com sua peculiar arrogância assumir que a cobertura vacinal será ampliada até faixa etária de 24 anos, uma vez que até os pesquisadores e cientistas estão surpresos com o aumento dos casos de meningite meningocócica fora da idade padrão”, afirmou Bacelar.

O deputado citou o escritor português Eça de Queirós e usou a ampliação vacinal como exemplo para mostrar que o governo não assume seus erros.

”Eça de Queorós retratou como ninguém a sociedade e a psicologia dos portugueses, num estilo irônico e humorístico único, presente nos seus romances, crônicas e correspondências”.

”Crítico mordaz dos governos de então, utilizando-se de uma verve extremamente crítica sobre costumes e valores, permanece, entretanto, de uma atualidade incomum quando acentua que entre nós tem-se visto governos que parecem absurdamente apostados em errar, errar de propósito, errar sempre, errar em tudo, errar por frio sistema. Há períodos em que um erro mais ou um erro menos realmente pouco conta. No momento histórico a que chegamos, porém, cada erro, por mais pequeno, é um novo golpe de camartelo friamente atirado ao edifício das instituições; mas ao mesmo tempo tal é a inquietação que todos temos do futuro e do desconhecido que cada acerto, cada bom acerto é uma estaca mais, sólida e duradoura, para esteiar as instituições. Toda a dúvida está em saber se ainda há ou se já não há, em Portugal, um governo capaz de sinceramente se compenetrar desta grande, desta irrecusável verdade.

Bacelar alerta para a semelhança do discurso de Eça de Queirós de mais de 100 anos atrás e a Bahia de hoje.

”104 depois da sua morte observa-se que o quadro tecido por Eça se reflete aqui no nosso estado. Ou seja, os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. E, este governo insiste em permanecer no erro como um propósito, como um objetivo”.

”Parece erro sistêmico. E isto ocorre em qualquer área do governo. Por isso, a visão e crítica de Eça de Queirós sobre os costumes em geral – e os portugueses em particular – continua surpreendentemente válida nos dias de hoje, provando que a evolução é pouco mais que um conjunto de progressos técnicos, e que as características do povo, em todos os aspectos da sociedade, se mantém praticamente iguais”, concluiu Bacelar.

Fonte: joaocarlosbacelar.com.br

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