Ludmilla Cohim/Tribuna da Bahia

 A Festa de Pentencostes comemora, em 2010, 240 anos de representação da cultura portuguesa do arquipélago dos Açores. Instituída em 1770,  aos poucos teve sua tradição medieval mantida no Brasil. Todos os anos, cerca de dois mil fiéis lotam a Igreja Santo Antonio, no Centro Histórico de Salvador, e fazem parte da manifestação de adoração ao Divino Espírito Santo.

 A adoração à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade é formada por seis missas preparatórias para a festa – programada para o dia 23 de maio – que será presidida pelo cardeal e arcebispo primaz do Brasil, Dom Geraldo Magela.

 De acordo com o juiz da festa, Denílson Santos, como forma de anunciar a celebração,  uma semana antes é organizado o Bando Anunciador dos Festejos do Divino Espírito Santo, que acontece no dia 15 de maio, às 14 horas, no Largo de Santo Antônio, no Centro Histórico.

 Segundo ele, a festa conta com a presença do Menino Imperador, João Victor Almeida dos Santos, quatro bandas formadas por alunos de escola da rede estadual de ensino, esquadrão de motociclistas Águia da Polícia Militar da Bahia, ciclistas, que juntos vão percorrer as ruas da região com fanfarras anunciando o início da programação.

 

No dia da festa ocorre uma procissão, às 10 horas, que sai da Igreja do Boqueirão e segue para a Igreja da Matriz, ambas situadas no Centro Histórico. Nessa caminhada, além da comunidade religiosa, estarão presentes o Governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Alan Sanches, o juiz da Vara de Execuções Penais, Andremara dos Santos, além de alunos da Academia de Polícia Em seguida, será coroado o Imperador do ano de 2011, e, logo após, a Irmandade segue com o desfile para o Largo de Santo Antônio.

Além da celebração do Espírito Santo, a comunidade religiosa elege como o mponto alto da festa o momento em que o Menino Imperador João Victor realiza a tradição da libertação dos presos mantida em Salvador, por meio da parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Sjcdh).

Conforme relata o procurador da Irmandade, Mário Correa, a tradição de trabalhar pelas pessoas que perderam sua liberdade e possuem indulto nesse período marca a festa de Pentecostes – que é a descida do Divino Espírito Santo sobre os apóstolos e a Virgem Maria, cinquenta dias após a Páscoa – pelo significado, tradição e cultura que perpetuam em 240 anos.

Dedicado à religião católica desde os primeiros anos, o pequeno João Victor se mostra atuante nas missas dominicais e dentro da comunidade, o que, segundo Correa, preencheu os pré-requisitos na escolha para do Menino Imperador “Os pais estão muito emocionados por também já terem uma caminhada na Igreja. O menino tem uma pureza e se demonstra atuante no catolicismo. Tenho certeza que ele já tem formada a responsabilidade de representar simbolicamente o Espírito Santo”, relata.

Diversos municípios do país realizam a manifestação, como Florianópolis (SC), Itu (SP), Parati (RJ), Ouro Preto (MG). Na Bahia, além de Salvador, na Igreja Santo Antônio, o Recôncavo baiano segue a tradição nos municípios de Cachoeira, Maragogipe e São Gonçalo dos Campos, e ainda pelo interior, como Andaraí, Rio de Contas, Ituaçu, Barra da Estive, Porto Seguro, Jacobina e Juazeiro.

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