a Folha

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, afastou os comandantes da área de trabalho dos quatro policiais militares suspeitos de matar outro motoboy, na madurgada de sábado (8), em São Paulo.

Segundo a secretaria, foram afastados os comandantes são do 22º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano e da 3ª Companhia do 22º Batalhão. Os nomes não foram divulgados.

Ainda de acordo com o governo, os comandantes foram afastados “por revelarem, neste lamentável episódio, que não têm o comando da tropa”. A Secretaria de Segurança Pública vai apurar eventual omissão administrativa dos comandantes.

Os policiais militares presos pagaram fiança de R$ 480 cada um, no 43º DP (Cidade Ademar), mas foram presos pela Corregedoria da Polícia Militar, no dia do crime, e permanecem no presídio militar Romão Gomes. Eles serão indiciados por homicídio culposo (sem intenção de matar).

Crime

Segundo nota divulgada pela PM, os policiais avistaram, durante patrulhamento na região da Vila Marari (zona sul de SP) na madrugada de sábado (8), uma motocicleta transitando sem placa e na contramão.

O motoboy Alexandre Menezes dos Santos, 25, não teria obedecido ao pedido de parada e fugiu. Ele foi abordado na rua Guiomar Branco da Silva –em frente a sua casa– e, após resistência, os policiais aplicaram uma gravata para imobilizar Santos.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, como a vítima se livrou da imobilização, os policiais aplicaram o golpe novamente, quando Santos teria perdido os sentidos. Os PMs levaram o motoboy para o hospital, mas ele não resistiu.

Outro caso

No dia 10 de abril, outro motoboy também foi morto após ser abordado por policiais militares. Na noite de 9 de abril, Eduardo Luís Pinheiro dos Santos,30, havia sido detido com outras três pessoas pelos policiais que foram atender uma ocorrência de furto de bicicleta na esquina da rua Maria Curupaiti com a avenida Casa Verde (zona norte de São Paulo). Segundo a corregedoria da PM, os suspeitos foram levados para o batalhão da PM ao invés de irem para a delegacia.

No mesmo dia, por volta da meia-noite, a vítima foi encontrada caída no chão por outros policiais na esquina da rua Voluntários da Pátria com a avenida Brás Leme, também na zona norte. O homem foi levado a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

Os nove policiais militares suspeitos de envolvimento na tortura e assassinato do motoboy negaram ter cometido o crime. Nos depoimentos prestados à Corregedoria da PM, todos disseram que a vítima foi morta depois que deixou as dependências da 1ª companhia do 9º batalhão, localizado no bairro Casa Verde.

O secretário de segurança pública Antônio Ferreira Pinto determinou que as polícias Militar e Civil façam a mais rigorosa apuração dos fatos na esfera administrativa e penal. Ferreira Pinto também declarou que não tem dúvidas de que a morte do motoboy foi resultado das torturas que ele sofreu de policiais militares.

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