ESPANHA (*) – A expulsão de uma jovem muçulmana espanhola de origem marroquina de um colégio do subúrbio de Madri por utilizar o véu islâmico desencadeou nesta quarta-feira um debate inédito na Espanha sobre o polêmico véu.
A decisão de um instituto de Pozuelo de Alarcón, nos arredores de Madri, cujo regulamento interno proíbe que alunos assistam às aulas com a cabeça coberta, seja com véus, gorros ou chapéus, desatou a ira das associações muçulmanas e uma certa divergência no seio do governo socialista.

A direção do estabelecimento decidiu na terça-feira à tarde não modificar seu regulamento. Algumas amigas de Najwa Malha, a estudante expulsa, assistiram às aulas utilizando o “hijab” (véu islâmico) como prova de solidariedade, segundo imagens televisivas.

Associações que representam a comunidade muçulmana na Espanha anunciaram nesta quarta-feira sua intenção de recorrer ao Tribunal Constitucional para denunciar que o regulamento interno de um colégio “não pode se colocar acima da lei” e atentar contra o direito de educação de um estudante.

A região de Madri, governada pela direita, apoia o instituto, enquanto no governo socialista alguns ministros emitiram opiniões divergentes, entre apelos à tolerância ou pelo respeito à educação laica.

Se, por um lado, a ministra de Assuntos Sociais, Trinidad Jiménez, disse que não havia necessidade alguma “nem de proibir, nem de regular” o tema, a ministra da Igualdade, Bibiana Aído, afirmou que era “pessoalmente” contra a utilização do véu islâmico nas mulheres.

As autoridades regionais propuseram transferir a aluna para outro colégio da região que não aplique este tipo de regulamento rigoroso.

Portas Abertas

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