O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada, Montagem e Manutenção do Estado da Bahia (Sintepav) promoveu, ontem pela manhã, uma paralisação temporária em todas as obras de infraestrutura em andamento na Bahia. Centenas de operários se reuniram na Rótula do Abacaxi e seguiram em caminhada pela Av. Mário Leal Ferreira (Bonocô) até a sede do Sintepav, no Campo da Pólvora. A passeata teve o objetivo de pressionar a classe patronal para atender as demandas da categoria na campanha salarial 2010.

O Sintepav representa cerca de 40 mil trabalhadores em todo o Estado, responsáveis pela concretização dos principais projetos de infraestrutura de mineração, recapeamento de estradas e rodagens, ferrovias, irrigação, gasoduto de Catu, Pequenas Centrais Hidrográficas (PCH), dentre outros empreendimentos. Em Salvador, são oito mil operários divididos entre os canteiros da Via Portuária Expressa (1.600), Canal do Imbuí (400), Metrô (350), além do emissário submarino de Jaguaribe.

Os trabalhadores querem um reajuste de 15%: 10,5% referente à participação do desempenho do setor mais 4,77% de correção inflacionária. Segundo o presidente do Sintepav, Adalberto Galvão, os operários querem um aumento no valor da cesta básica paga para cada trabalhador, passando dos atuais R$ 70 para R$ 200 mensais. “Esses números são baseados em cálculos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese)”, disse.

Na pauta de reivindicações consta também o reajuste da hora-extra, que atualmente é paga com base no piso mínimo de 50% estabelecido pela Constituição Federal. “Acontece que os funcionários estão trabalhando, em média, três horas extras por dia. Por esse motivo, apresentamos a proposta de aumentar esse valor para 70% nos dias de semana e 100% aos sábados”, explicou. Galvão também luta pela a redução do prazo do contrato de experiência de 90 dias para 30 dias.    

“Muitas empresas estão usando o limite legal para burlar direitos dos trabalhadores, transferindo-os sucessivamente de obra em obra antes do fim do contrato de experiência”, denunciou. A paralisação temporária  deve gerar ainda mais atraso no cronograma de obras que já deveriam estar prontas, como o Metrô, além de somar prejuízos enormes com a dispersão e remobilização dos funcionários.. Outra rodada de negociações está marcada para hoje, às 15 h, na sede do MPT.

Tribuna da Bahia

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