As chuvas que caem em Salvador continuam causando transtornos à população da terceira maior capital do país em densidade demográfica. Além de provocar desabamentos, deslizamentos de terra e ameaçar derrubar árvores e postes, o temporal encobre pistas e esconde buracos que representam o maior perigo para pedestres e motoristas. Ao volante, as pessoas enfrentam intermináveis engarrafamentos, principalmente nas horas de pico.
Edvan Martins dos Santos, 41, técnico em informática residente em Itapuã, costuma pegar a Paralela para chegar ao centro, mas “com o tempo assim é sempre um problema trafegar naquela área, principalmente nas imediações do Iguatemi. Sem chuva, faço o percurso em uma hora e vinte minutos, mas com temporal costuma passar até duas horas no engarrafamento. E a chuva não é a única culpada. A falta de estrutura da cidade, que está crescendo muito, também é motivo para encarar essa verdadeira odisséia diariamente”, comentou.    

A chuva, que desde a última semana castiga a cidade, apesar de ter dado uma pequena trégua durante o domingo, continuará pelos próximos dias, segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Sinal que os problemas no trânsito deverão ser mais acentuados ao longo da semana. “O pior é ter que enfrentar a lentidão do tráfego por quase toda a cidade.

Eu mesmo levo em torno de uma hora e quarenta minutos para chegar ao trabalho em dias como esses”, revelou a comerciária Ana Borges da Silva, 36, residente no bairro da Fazenda Grande I e que trabalha na Av. Sete de Setembro. Em algumas regiões de Salvador, a dificuldade em circular ainda é maior por conta de obras e eventos.

Na rótula do Abacaxi, por exemplo, a construção do novo sistema viário da área, acompanhada de momentos de chuvas, faz com que os congestionamentos sejam constantes entre as principais vias de acesso ao local. “Torço para que a construção destes viadutos acabe logo. Sem chuva já é um problema passar por aqui, com ela a coisa fica mais difícil. Haja paciência para atravessar de um lugar pra outro”, disse a dona de casa Maria dos Anjos Carneiro, 49, enquanto tentava chegar ao supermercado próximo.
        
Na orla marítima, o transito também está complicado devido à realização no Centro de Convenções da Bahia, localizado nas imediações da praia de Armação, do congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, que acontece até a próxima segunda-feira. A área está sob gestão da ONU e o trânsito lento em várias ruas no entorno do local do encontro.

 “A gente sabe que um evento deste porte em Salvador é bom para a Bahia, mas com toda esta chuva tem se tornado um problemão para quem mora na área. A vida aqui só voltará à sua normalidade quando acabar o congresso e a chuva passar”, observou Adilson Ferreira, 38, comerciante residente na Boca do Rio.

Os ventos fortes  na orla de Pituaçu obrigaram o Circo Picolino a baixar a lona e adiar a III Mostra de Circo da Bahia para a próxima quarta–feira. Caso os ventos não diminuam, os trabalhos serão tranferidos para outro local, a ser confirmado. A  precaução é para evitar o que aconteceu em 2007, quando uma ventania na madrugada rasgou uma lona ao meio, provocando prejuízos.

Tribuna da Bahia

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