O estudante Roberto*, 17 anos, adora internet. Está prestes a fazer seu terceiro perfil na rede de relacionamentos Orkut, acumula 165 horas de acesso em pouco mais de um mês na lan house que frequenta e adora postar na rede mundial de comunicação fotos suas e da banda de pagode Bonde dos Neuróticos, da qual é percussionista. E admite: já bateu papo com estranhos pela internet. Esse comportamento, aliás, é comum entre os jovens.

Pesquisa realizada pela organização não-governamental (ONG) Safernet Brasil detectou que 69% dos 2.159 alunos entrevistados têm, ao menos, um amigo virtual (contatado pela internet). A organização que combate o uso indevido da internet para a prática de crimes e violação dos direitos humanos concluiu, ainda, que 12% dos alunos já namoraram ao menos uma vez pela internet, e que 11% deles publicaram na rede suas fotos em poses íntimas e/ou sensuais.

Essa exposição pode deixar os jovens usuários da internet em posição vulnerável, pois informações e imagens podem vir a ser utilizadas por pessoas com más intenções. O próprio Roberto relata que uma vez foi abordado na rede por uma garota desconhecida. Após teclar por algum tempo, ela o convidou para sair e pediu que o rapaz fosse até a casa dela, no Barbalho. “Achei estranho e desconfiei do papo”, conta o estudante. Até que a “garota” assumiu que era um homem, homossexual.

O adolescente André* tem MSN, Orkut e site. Mas, garante que se cerca de cuidados. Foto pessoal não coloca de jeito nenhum. “Não gosto porque não sei que uso pode ser dado”, justifica. A postura dele tem relação com e experiência de amigos que passaram por situações constrangedoras.

A Tarde

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