Um grupo de militares do Exército da Guiné-Bissau teriam prendido o primeiro-ministro, Carlos Gomes Junior, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, José Zamora Induta, e mais 40 militares, indicando um aparente golpe de Estado.

A situação no país do oeste da África permanece confusa. Segundo relatos, Gomes foi liberado algumas horas depois de ser detido, após centenas de pessoas se reunirem em frente à sede do governo pedindo sua libertação.

O subcomandante do Estado Maior, general António Indjai, faria parte do grupo que lançou a ação e teria ameaçado de morte Carlos Gomes Júnior se as manifestações em seu favor continuassem.

Segundo o jornal português O Público, o presidente, Malam Bacai Sanhá, fez um apelo à tranquilidade no país, dizendo que os problemas registrados nesta quinta-feira são essencialmente entre militares.

A RTP (Rádio e Televisão Portuguesa, empresa pública de comunicação) informou que Sanhá teve uma reunião com os militares responsáveis pelas prisões e disse que a situação “está calma. Não há problema”.

Um correspondente da BBC diz que a situação na sede da Presidência na capital, Bissau, é calma.

Histórico

A rádio nacional interrompeu sua programação para tocar músicas militares, medida que correspondentes dizem ser um código para um anúncio de golpe de Estado.

Soldados armados tentaram entrar nos escritórios da ONU, onde um ex-comandante da Marinha permaneceu refugiado por 94 dias antes de deixar o país.

A Guiné-Bissau, uma ex-colônia portuguesa, é considerada um dos principais centros para o tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa.

O ex-presidente Nino Vieira foi morto em março de 2009 por um grupo de soldados, horas depois de o chefe do gabinete militar ter sido morto em uma explosão.

O presidente Sanhá venceu eleições três meses depois.

BBC Brasil

Compartilhe