O movimento nas lojas de móveis praticamente dobrou nos últimos três meses na comparação com o mesmo período do ano passado. Para os próximos dias, a previsão dos comerciantes é de que o fluxo de clientes cresça ainda mais, já que a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para móveis termina na próxima quarta-feira (31). A taxa, que antes da crise financeira chegava a 10%, será fixada em 5% para todos os produtos a partir de abril.

O Grupo Pão de Açúcar, que detém as marcas Extra e Ponto Frio, contabiliza um aumento de vendas de móveis de 70% nos meses de janeiro e fevereiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2009. De acordo com a empresa, o estoque de móveis ainda vai durar um mês. Ou seja, o consumidor poderá comprar peças em abril com o preço de março (sem a incidência do IPI). 

Entretanto, o grupo faz um alerta: se houver uma corrida às lojas, o estoque pode acabar antes desse prazo – como já ocorreu quando se encerrou a isenção do IPI para a linha branca (geladeira, fogão, tanquinho e máquina de lavar roupas).

Fábio de Sousa Médici, superintendente do Central Plaza Shopping, que possui diversas lojas de móveis, entre elas o Shopping Interlar, explica que os estoques da rede são suficientes para suprir a demanda nos últimos dias da isenção do IPI.

Mas ele não garante a manutenção dos preços após o término do benéfico porque os estoques “variam de loja para loja”. O desconto médio para móveis, segundo Médici, está entre 10% e 12%.

Segundo a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário), a indústria e o comércio repassaram a totalidade do desconto para o consumidor. O presidente da associação, José Luiz Diaz Fernandez, afirma que a indústria sentiu um aumento de 14% nas vendas nos meses de dezembro de 2009 e janeiro e fevereiro de 2010 na comparação com 2009.

Sobre a volta do IPI em abril, Fernandez diz que o cliente continuará sendo beneficiado e garante que ninguém ficará sem móveis nos últimos dias do benefício.

– Não faltarão móveis na última semana de isenção do IPI. Na verdade, os 5% de IPI é uma redução [porque antes estava em 10%]. É uma equalização de alíquotas porque havia peça que pagava 10% e outras 5% de imposto. O consumidor será beneficiado pela medida porque a indústria continuará repassando os descontos.

A reportagem do R7 entrou em contato com as Casas Bahia e com o Magazine Luiza, mas ambas as redes disseram que não se pronunciariam sobre o assunto. A rede Insinuante, marca forte no Nordeste, e o shopping D &D, de São Paulo, também foram procurados, mas até o final desta matéria não retornaram às ligações.

R7

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