O Brasil é o país mais desigual da América Latina. Estudo da ONU-Habitat divulgado ontem no 5º Fórum Urbano Mundial da ONU, no Rio, mostrou que a metade da riqueza brasileira pertence aos 10% mais ricos, enquanto os mais pobres levam apenas 0,8% dos recursos do país.

Em quase todos os países latino-americanos, segundo o estudo, 40% ou mais das riquezas pertencem a um décimo da população. A América Latina, segundo a ONU-Habitat, teve melhora na distribuição de renda nas últimas duas décadas. O índice de Gini, que mede as desigualdades em uma escala de zero (menos desigual) a um (mais desigual), teve queda de 0,55 para 0,52, segundo dados de 2008.

Durante o evento, a diretora da ONU-Habitat para a América Latina, Cecilia Martínez, disse que o processo de urbanização foi positivo na região, porque deu oportunidades ao povo e as condições de vida nas cidades são melhores que no campo.

Cerca de 80% da população latino-americana vive em cidades, o dobro que nos anos 1950. De acordo com o estudo, a pobreza já afeta 127 milhões de pessoas, quase um terço da população urbana da região. Mas o problema é bem mais grave nas cidades menores e áreas rurais, argumenta Cecilia.

O México é o segundo mais desigual, já que os 10% mais ricos da população recebem 42,2% da renda, enquanto os 10% mais pobres ficam com apenas 1,3%. Na Argentina, em terceiro lugar, 41,7% da renda está concentrada com os 10% mais ricos, enquanto os 10% mais pobres têm apenas 1,1%.

Zero Hora

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