Depois das denúncias na Irlanda, Alemanha, Itália, Holanda e Áustria, surgem agora indicações de que os abusos sexuais dentro da Igreja ocorreram também em Espanha.
O monge José Ángel Arregui Eraña começa hoje a ser julgado, em Espanha, pela posse de material pornográfico em que figuram 15 menores de três colégios da ordem San Viator, em Madrid e Basauri, nos quais deu aulas de 1979 a 2007. Mas este caso de abuso sexual de menores na Igreja Católica espanhola não é o único. O Vaticano anunciou ontem que está a investigar outros 14 casos, que terão ocorrido nos últimos nove anos.
Mas a contabilidade pode não ficar por aqui, depois de terem sido revelados os escândalos na Irlanda, na Alemanha, em Itália, na Holanda e na Áustria. O Papa Bento XVI pediu desculpas pelos casos de abusos aos irlandeses, numa carta enviada aos fiéis e conhecida no último sábado. Desculpas referentes à Irlanda, mas que muitos dizem que podem ser alargadas aos outros países, e que tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, como o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, veriam com bons olhos.
Segundo o reverendo Thomas Ressen, perito da Universidade de Georgetown que escreveu o livro Dentro do Vaticano, o problema vai intensificar-se. “Com base na nossa experiência nos EUA, a Igreja Católica vai ter de estar prepa-rada para mais denúncias de vítimas de abusos nos próximos três anos”, disse ao jornal britânico The Daily Telegraph. “Cada vez que há uma nova história de abusos, encoraja as vítimas a dizer o que lhes aconteceu.”
De acordo com Charles Scicluna, promotor de justiça na Congregação para a Doutrina da Fé, os 14 casos que estão a ser investigados em Espanha referem-se ao período de Janeiro de 2001 a Março de 2010. Desconhece-se contudo se, entre eles, está já o do padre de duas paróquias catalãs que foi detido, a 24 de Fevereiro, por exibicionismo numa praia de Gerona. “Espanha é um dos países com menos casos denunciados”, disse Sciluna, lembrando que os casos investigados representam menos de dois por ano.
O episcopado espanhol mantém o silêncio em relação a estes escândalos, mas a organização Igreja sem Abusos louva o início da investigação. O seu porta-voz, Carlos Sánchez, disse ao jornal espanhol Público que esta confirma que Espanha “não é um oásis onde nunca houve um caso”. O mesmo diário lembra que já houve dez condenações em tribunais civis, com base em factos anteriores a 2001, e que há ainda outros quatro processos em aberto.
Na Alemanha, o número de casos investigados na diocese de Regensburg (onde o Papa estudou) ascende já a 300. As últimas denúncias prendem-se com duas freiras e quatro padres, cujos crimes já terão prescrito segundo a lei alemã, mas que foram suspensos de funções. “O trabalho das últimas duas semanas mostrou-nos as graves injustiças cometidas pelos membros do clero. A nossa simpatia vai para as vítimas destes crimes e as suas famílias. Lamentamos profundamente o que o clero e os trabalhadores da Igreja fizeram a estas crianças e jovens, e pedimos perdão”, indicou a diocese, num comunicado.
O monge José Ángel Arregui Eraña começa hoje a ser julgado, em Espanha, pela posse de material pornográfico em que figuram 15 menores de três colégios da ordem San Viator, em Madrid e Basauri, nos quais deu aulas de 1979 a 2007. Mas este caso de abuso sexual de menores na Igreja Católica espanhola não é o único. O Vaticano anunciou ontem que está a investigar outros 14 casos, que terão ocorrido nos últimos nove anos.
Mas a contabilidade pode não ficar por aqui, depois de terem sido revelados os escândalos na Irlanda, na Alemanha, em Itália, na Holanda e na Áustria. O Papa Bento XVI pediu desculpas pelos casos de abusos aos irlandeses, numa carta enviada aos fiéis e conhecida no último sábado. Desculpas referentes à Irlanda, mas que muitos dizem que podem ser alargadas aos outros países, e que tanto a chanceler alemã, Angela Merkel, como o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, veriam com bons olhos.
Segundo o reverendo Thomas Ressen, perito da Universidade de Georgetown que escreveu o livro Dentro do Vaticano, o problema vai intensificar-se. “Com base na nossa experiência nos EUA, a Igreja Católica vai ter de estar prepa-rada para mais denúncias de vítimas de abusos nos próximos três anos”, disse ao jornal britânico The Daily Telegraph. “Cada vez que há uma nova história de abusos, encoraja as vítimas a dizer o que lhes aconteceu.”
De acordo com Charles Scicluna, promotor de justiça na Congregação para a Doutrina da Fé, os 14 casos que estão a ser investigados em Espanha referem-se ao período de Janeiro de 2001 a Março de 2010. Desconhece-se contudo se, entre eles, está já o do padre de duas paróquias catalãs que foi detido, a 24 de Fevereiro, por exibicionismo numa praia de Gerona. “Espanha é um dos países com menos casos denunciados”, disse Sciluna, lembrando que os casos investigados representam menos de dois por ano.
O episcopado espanhol mantém o silêncio em relação a estes escândalos, mas a organização Igreja sem Abusos louva o início da investigação. O seu porta-voz, Carlos Sánchez, disse ao jornal espanhol Público que esta confirma que Espanha “não é um oásis onde nunca houve um caso”. O mesmo diário lembra que já houve dez condenações em tribunais civis, com base em factos anteriores a 2001, e que há ainda outros quatro processos em aberto.
Na Alemanha, o número de casos investigados na diocese de Regensburg (onde o Papa estudou) ascende já a 300. As últimas denúncias prendem-se com duas freiras e quatro padres, cujos crimes já terão prescrito segundo a lei alemã, mas que foram suspensos de funções. “O trabalho das últimas duas semanas mostrou-nos as graves injustiças cometidas pelos membros do clero. A nossa simpatia vai para as vítimas destes crimes e as suas famílias. Lamentamos profundamente o que o clero e os trabalhadores da Igreja fizeram a estas crianças e jovens, e pedimos perdão”, indicou a diocese, num comunicado.
DN