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Recomeçou, às 14h42 desta quarta-feira (24), o julgamento do caso Isabella no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. O júri havia sido interrompido no início desta tarde pelo juiz Maurício Fossen para recesso de almoço. Com o retorno, a perita criminal do IC (Instituto de Criminalística) Rosangela Monteiro, passa a ser interrogada pela defesa o casal Nardoni.

Veja a cobertura completa do julgamento do caso Isabella

Ao longo desta manhã, Rosangela respondeu às perguntas do promotor Francisco Cembranelli. A perita falou que exames do IC (Instituto de Criminalística) apontaram que marcas encontradas na camiseta de Alexandre Nardoni no dia da morte de Isabella só seriam possíveis se ele estivesse segurando um peso de 25 kg, o mesmo da menina Isabella.

Ela relatou que foram feitas simulações com um modelo com o mesmo porte de Alexandre – altura e peso – que usava camiseta com fibra semelhante à usada pelo pai de Isabella no dia do crime. Para simular, foi colocado pó de grafite na tela. A perita disse ter encontrado os seguintes cenários:

1- No primeiro cenário, o modelo passou a cabeça através da tela para ver o que havia lá embaixo. As manchas eram incompatíveis às encontradas na camiseta original.

2- No segundo, o modelo tentou passar os dois braços e a cabeça, mas não conseguiu. Ele procurou então passar o corpo da maneira possível – um braço, a cabeça e parte do tronco. O resultado também foi incompatível.

3- No terceiro cenário, o modelo passou os dois braços, simulando que arremessaria um objeto. O resultado deu semelhante. 

4- Nesta última simulação, o modelo passou os dois braços com um peso de 25 kg e o resultado foi compatível. Neste caso, teve de virar a cabeça para o lado direito.

A perita disse que constatou remoção de manchas de sangue no piso do apartamento e afirmou que a lavagem da fralda estava “fora do contexto”: muita roupa suja para ser lavada e somente a fralda num balde com produto de limpeza. O pano tinha uma “mancha acastanhada”. Segundo ela, havia sangue humano na fralda, mas o material não era suficiente para identificar de quem. 

Testemunhas de defesa

Durante o recesso do julgamento, o advogado do casal Nardoni Roberto Podval afirmou que pretende ouvir de três a quatro testemunhas de defesa. A estratégia foi pensada para acelerar os depoimentos e não cansar o júri.

– Quero terminar o depoimento das testemunhas até o meio-dia de amanhã [quinta-feira, quarto dia do julgamento].

No mesmo restaurante, só que do outro lado do salão, a família de Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, também almoçava. A avó da menina, Rosa de Oliveira, e o marido não quiseram falar com a imprensa. Eles estavam acompanhados de mais três pessoas.

No início desta manhã, ao chegar ao Fórum de Santana, Podval já havia dito que pretendia diminuir pela metade o número de testemunhas. Nos dois primeiros dias de julgamento do caso, apenas quatro das 16 testemunhas foram ouvidas: a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira; a delegada do 9º Distrito Policial, Renata Pontes; o médico legista do IML (Instituto Médico-Legal), Paulo Sérgio Tieppo; e o perito criminal baiano Luiz Eduardo. Carvalho

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