Como forma de desmentir os boatos e especulações sobre um possível rompimento com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, o prefeito João Henrique (PMDB) reafirmou ontem seu apoio à candidatura do líder peemedebista ao Palácio de Ondina. Antes da solenidade de entrega da Medalha Thomé de Souza ao ministro, na Câmara de Vereadores, o prefeito fez questão de negar que a exoneração dos três ex-secretários municipais, na última semana, tenha sido um sinal de afastamento.

Emocionado, João reforçou sua lealdade a Geddel e falou da “profunda” gratidão ao PMDB. “Quando estava com minha rejeição às alturas (nas eleições de 2008), foi o partido que me apoiou, foi o ministro Geddel Vieira Lima que arregaçou as mangas”. Entretanto, uma hora antes da cerimônia, o prefeito e o ministro tiveram uma conversa a portas fechadas na prefeitura.

Segundo fontes próximas, a pauta girou em torno da inauguração das obras do canal do Imbuí e do sorteio das 415 casas populares, no último fim de semana. O prefeito negou ainda que esteja pensando em trocar outros auxiliares. Os titulares das pastas de Serviços Públicos, Fábio Mota, e da Saúde, José Carlos Brito, ambos avalizados pela cúpula do PMDB, eram cogitados nos bastidores como os próximos a sair. O disse-me-disse não pareceu abalar Mota. “Desconheço (a possibilidade da própria saída). Pergunte ao prefeito, que é quem nomeia”, afirmou o secretário da Sesp.

Outra presença política que chamou a atenção na solenidade, ocorrida na Câmara, foi a do senador César Borges (PR) – que continua sem tornar pública a decisão sobre de qual chapa participará.

Reconhecimento

Ao discursar na solenidade, João Henrique frisou ainda o repasse de R$ 300 milhões do Ministério da Integração Nacional durante a gestão do peemedebista baiano. “Nunca um ministro deu tanto a esta terra como o ministro Geddel Vieira Lima. O mais interessante é que há quem reclame disso. Os adversários reclamam”, ironizou o prefeito.

Ministro se orgulha

O ministro classificou o recebimento da Medalha Thomé de Souza como a maior homenagem que já recebera e o melhor presente de seu aniversário de 51 anos, completos na semana passada. “Sinto-me tomado por arrebatadora emoção e orgulho, sobretudo em sabendo que tal concessão foi unânime”, declarou Geddel, que chegou a ir às lagrimas durante a homenagem.

“Trata-se do reconhecimento daqueles de quem realmente busco reconhecimento, por quem tenho respeito, admiração e amor, filhos da minha terra, irmãos do meu chão”, acresceu Geddel, que não perdeu oportunidade para cutucar um dos seus adversários no seu projeto eleitoral, o atual governador e postulante à reeleição, Jaques Wagner (PT).

“Não consigo crer que forasteiros, aqueles sem fortes vínculos telúricos, transmitidos de geração em geração, possam ter tamanho nível de comprometimento com esta cidade, com o estado da Bahia”. Wagner é carioca de nascimento. Mora na Bahia desde a década de 50.

O diretor-presidente da Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro, representou o jornal na solenidade. Entre os presentes, estavam o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Paulo Maracajá (representando o presidente do órgão, Francisco Netto), o vice-governador, Edmundo Pereira (PMDB), o presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Alan Sanches, o empresário Joaci Góes e o presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima.

Tribuna da Bahia

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