A Câmara de Representantes dos Estados Unidos – como é chamada a Câmara dos Deputados americana -aprovou na noite deste domingo (21) o texto projeto de lei que propõe a reforma do sistema de saúde norte-americano. As emendas ao projeto também foram aprovadas.

O texto principal foi aprovado com 219 votos a favor e 212 contra. Era necessário o mínimo de 216 votos para a aprovação. Nenhum republicano votou a favor da proposta. As emendas foram aprovadas com 220 votos a favor e 211 contra.

O texto das emendas aprovadas será encaminhado ainda nesta semana ao Senado. Segundo um acordo entre os democratas, o Senado aprovara as emendas imediatamente e sem mudanças.

A votação representa uma importante vitória política para o presidente Barack Obama, já que reformar o sistema de saúde dos EUA era sua principal promessa de campanha.

Em discurso logo após a aprovação, o Obama agradeceu pelos votos. “Não foi um voto fácil, mas foi o voto certo”, disse.

O presidente também disse que a aprovação responde ao sonho de muitos norte-americanos de tornar a reforma na saúde uma realidade, o que foi possível graças à Câmara dos Representantes do Estados Unidos.

O texto principal, que já havia sido aprovado pelo Senado em dezembro, será convertido em lei após a sanção do presidente Obama, o que deve acontecer na terça-feira.

O texto de lei permitirá garantir a cobertura médica para 32 milhões de americanos que não têm nenhum plano de saúde. O objetivo é cobrir 95% dos americanos com menos de 65 anos; os mais velhos já são atendidos pelo sistema Medicaire.
 

Foto: Larry Downing/Reuters

O democrata Bart Stupak fala com o republicano Steve Driehaus enquanto a republicana Kathleen Dahlkemper anuncia seu apoio à reforma na saúde dos EUA depois que recebem o anúncio do presidente Obama de que nenhum dinheiro do projeto financiará abortos. (Foto: Larry Downing/Reuters)

Para garantir votos na votação final, Obama cancelou uma viagem pelo sudeste asiático especialmente para estar presente nos últimos períodos de negociação. 

O sistema americano de saúde é questionado há quase um século. Gerações de líderes, desde Theodore Roosevelt (1901-1909) a Bill Clinton (1993-2001), não conseguiram aprovar seus projetos para modificar a situação.
 


Concessões


A votação ocorreu após horas de debates entre democratas e republicanos durante este domingo. Até o início dos debates, ainda havia dúvidas se os democratas conseguiriam o número mínimo de votos necessários para a aprovação.

Os republicanos são contra o projeto e afirmam, entre outras críticas, que a reforma vai custar muito, além de dar ao governo um controle excessivo sobre o sistema de saúde.

O projeto também encontrou vários opositores dentro do Partido Democrata. 


Conquista


Obama conquistou votos de alguns democratas de última hora, depois que a Casa Branca anunciou nesta tarde que irá emitir, assim que a proposta for aprovada, uma ordem executiva garantindo que verbas federais não poderão ser usadas para abortos.

Muitos opositores à reforma alegam temer que o dinheiro federal acabasse financiando abortos. Depois do acordo anunciado pela Casa Branca e por líderes do partido, esses parlamentares garantiram seu apoio à reforma. 


Tarde de debates


O debate formal começou oficialmente por volta das 15h (horário de Brasília). Durante a sessão, os parlamentares, um a um, se pronunciaram sobre o projeto de lei que foi aprovado no dia 24 de dezembro, com algumas emendas solicitadas pela câmara baixa.

Foto: AFP PHOTO/YURI GRIPAS

Congressistas republicanos chegam para a sessão que culminará na votação da reforma do sistema de saúde, no Capitólio, em Washington, neste domingo(21). (Foto: AFP PHOTO/YURI GRIPAS )

Apelo 


Na véspera, Obama fez  um apelo aos congressistas democratas para que aprovem a reforma, em votação que ele definiu como “histórica“: “Vocês têm a chance de cumprir bem as promessas que fizeram”, disse. 
 

Foto: AFP

Manifestantes protestam contra a reforma na saúde em frente ao Capitólio neste domingo (21), enquanto congressistas debatem o projeto de lei antes da votação. (Foto: AFP)

Enquanto os debates aconteciam, centenas de manifestantes protestam do lado de fora do Capitólio aos gritos de “Kill the Bill” (algo como matem o projeto, em português).

G1

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