A Petrobras lucrou R$ 28,9 bilhões no ano passado, num resultado 12% inferior ao apresentado em 2008, ano em que lucrou R$ 32,98 bilhões. O desempenho foi melhor do que o das suas principais rivais no mercado mundial de petróleo. O balanço financeiro da estatal, divulgado nesta sexta-feira, mostra que o aumento na produção de óleo no segundo semestre ajudou a compensar a queda no preço do barril de petróleo provocada pela crise.

A queda no lucro da Petrobras, de R$ 4 bilhões, equivale aos ganhos somados de Caixa e Gerdau em 2009. A Caixa, que anunciou seus resultados em fevereiro, fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 3 bilhões. O ganho líquido da Gerdau no ano foi de R$ 1 bilhão. Os resultados da companhia foram anunciados também em fevereiro.

 

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que a variação cambial provocou a queda no resultado da companhia. A valorização do Real frente ao dólar reduziu o valor dos ativos da empresa no exterior. A receita líquida da empresa alcançou R$ 182,7 bilhões, num recuo de 15% em relação a 2008.

Por outro lado, o aumento da produção de óleo e vendas no mercado interno anularam, segundo ele, os impactos negativos da crise financeira sobre o preço do petróleo – a cotação do Brent recuou 36% no ano passado. O executivo disse que a estatal se beneficiou do aumento das exportações de óleo e da redução de importação de diesel. 

O lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da Petrobras ficou em R$ 59,9 bilhões, indicando um resultado operacional positivo apesar da crise.

No quarto trimestre do ano passado, o lucro da Petrobras cresceu 31% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado de R$ 8,1 bilhões reflete o aumento de 2,3% das vendas no mercado interno e a redução de despesas operacionais da companhia.

Barbassa contou que a Petrobras conseguiu reduzir custos em contratos para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e também nas negociações para as encomendas de cascos das nove plataformas para o pré-sal. 

A queda no preço do barril de petróleo com a crise econômica abalou fortemente o lucro das grandes petroleiras. Ao contrário da Petrobras, as empresas repassaram para o consumidor final os preços mais baixos do petróleo durante o período em que a demanda por commodities despencou. A política de preços da estatal brasileira é manter os preços no mercado doméstico mesmo em momentos de oscilação. O ajustes de preços são realizados a longo prazo no Brasil.

A americana ExxonMobil, a maior petroleira de capital aberto do mundo, amargou queda de 57,3% no lucro líquido no ano passado, com resultado de US$ 19,3 bilhões em 2009.  O lucro líquido da britânica Shell caiu 75% no quarto trimestre de 2009, ao registrar alta de US$ 1,96 bilhão.

Barbassa comparou também os investimentos da Petrobras com as demais petroleiras. Segundo ele, a estatal tem elevado investimentos, enquanto os aportes das outras companhias do setor, em geral, estão estagnados.

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