Será transferido para o Hospital das Clínicas em São Paulo, o bebê de 11 meses internado na  Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Jorge Valente, em Salvador, após supostamente ter sido picado por uma aranha da espécie Loxosceles, conhecida como aranha-marrom.

De acordo com o Diretor Técnico Administrativo do Hospital Jorge Valente, Humberto Silveira Alves, a família solicitou na manhã desta quinta-feira, 18, a remoção da criança para outra unidade hospitalar. “Não houve melhora no estado de saúde e procedimentos que fizemos na terça-feira não surtiram efeito”, afirmou Humberto, em referência a uma exsanguíneo-transfusão, que consiste na transfusão de sangue na região atingida por necrose.

O menino teve a perna esquerda amputada, pois a lesão evoluiu e os médicos acharam melhor retirar o membro para reduzir o risco de ampliação do quadro infeccioso. “À medida que a necrose ia evoluindo, os médicos retiravam parte da perna com tecido morto. Chegou um momento em que o membro estava quase sem músculos, sendo necessário a sua remoção para que não fosse atingido por bactérias e fungos”, explicou o diretor.

Risco – A necrose já está próxima ao abdômem. Por isso, o menino passa a maior parte do tempo sedado para não se movimentar e piorar o ferimento. Como o animal que o picou não foi achado, fica mais difícil o disgnóstico da doença que causa a necrose.

O diretor orienta às pessoas que foram picadas por qualquer animal peçonhento a não utilizar medicamento caseiro ou sem prescrição médica. O correto é se dirigir a uma unidade médica o mais breve possível. “No máximo pode lavar o local da lesão com água e sabão”, orienta.

Acidente – O fato aconteceu em Alagoinhas (a 107 km de Salvador) no dia 21 de fevereiro. A mãe da criança, Jamile Ferreira, contou que o bebê chorava muito ao apresentar uma ferida na perna.

Após o levarem para o primeiro atendimento, um pediatra recomendou que fosse trazido para a capital. Jamile disse que, após o diagnóstico de picada de aranha, foi feita uma faxina em sua casa, mas não localizaram nenhum bicho que possa ter picado o menino.

O casal e o filho moram no centro da cidade, em área urbana e sem vegetação, e a mãe diz nunca ter encontrado animais peçonhentos dentro da residência. Confiante na recuperação de seu filho, todos os dias ela e seu marido Leonardo Oliveira passam o dia no hospital. “A gente pode visitar ele de 10h às 19h. Então ficamos aqui durante o dia e à noite vamos para casa tomar banho, descansar e voltar com mais energia no outro dia de manhã”, disse.

Como a criança está sedada e passa a maior parte do tempo dormindo, Jamile busca explicações sobre o caso e a cada nova notícia tenta renovar as esperanças. “Não penso no pior. Imagino que ele vai melhorar e sair daqui”, torce.

A Tarde

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