A ida até a chácara onde morava o cartunista Glauco Villas Boas, de 57 anos, foi planejada com antecedência pelo estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, de 24 anos, segundo informou o delegado responsável pelo caso, Archimedes Cassão Veras Júnior, do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia Seccional de Osasco, na Grande São Paulo. Principal suspeito do assassinato de Glauco e seu filho, Raoni, de 25 anos, na sexta-feira (12), Cadu foi interrogado durante três horas em Foz do Iguaçu, no Paraná, nesta terça (16).

No depoimento, Cadu confessou o crime e contou que comprou a arma usada no crime e munição na periferia de São Paulo. O plano inicial seria sequestrar o cartunista –que também era líder da igreja Céu de Maria– e levá-lo até sua mãe.

Ainda de acordo com o delegado, o suspeito disse que, para ele, Glauco era um representante de São Pedro. O cartunista também deveria dizer para a mãe do rapaz que seu filho era Jesus Cristo.

O rapaz também inocentou o amigo Felipe Iasi, de 23 anos, responsável por levá-lo até a chácara. Em entrevista exclusiva ao repórter César Tralli, Iasi afirmou que foi obrigado a dirigir. “Eu estava sob a mira de uma arma. Não sabia onde eu estava, o que estava acontecendo, o que ele queria ali”.

Segundo Cadu, a decisão de matar Glauco e Raoni foi tomada quando ele se descuidou e Iasi fugiu da chácara. Nesse momento, o suspeito achou que a polícia seria chamada, atrapalharia os planos e ele seria morto. 
 

Prisão
Preso em Foz do Iguaçu, Cadu está desde a madrugada de segunda (15) na carceragem da sede da PF. Após a prisão, ele estava muito agitado, mas, segundo policiais, o jovem se acalmou e passou a noite de segunda mais tranquilo.

O interrogatório desta terça, com a presença do delegado paulista, se concentrou na morte do cartunista e de seu filho. O suspeito já prestou esclarecimentos à PF nesta segunda. Com duas páginas, o depoimento concentra-se mais no que ocorreu após as mortes em Osasco. Apesar disso, ele confessa o assassinato de Glauco e Raoni, segundo a PF. “Ele confessou que foi responsável pelas mortes e somente isso. Não entramos muito na seara do que aconteceu em São Paulo”, afirmou o delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, José Alberto Iegas.

Fuga
Carlos Eduardo está preso desde o fim da noite de domingo (14), quando tentou cruzar a fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Na fuga em um carro que foi roubado na Vila Sônia, em São Paulo, ele resistiu à abordagem da Polícia Rodoviária Federal. Uma hora depois, atirou em um policial federal que tentou pará-lo na Ponte da Amizade.

G1

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