A economia da Bahia cresceu 1,7% em 2009, enquanto o Brasil apresentou uma leve retração de 0,2%. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas as riquezas produzidas pelo Estado –  divulgados nesta quinta confirmaram o cenário de descolamento da economia regional em relação à nacional, que vinha se desenhando no decorrer do último ano. Nos últimos três meses do ano passado,  a economia baiana cresceu 7,2%, com a recuperação da indústria e da agropecuária, que vinham de quedas nos trimestres anteriores. Com este cenário, o Estado apresenta uma estimativa de 5% a 5,5% no crescimento do PIB agora em 2010.

O “descolamento” da economia baiana em relação aos resultados da nacional é apontado como “extraordinário  e surpreendente” pelo conselheiro do  Conselho Federal de Economia (Cofecon), Paulo Dantas da Costa. Para ele, a explicação pode estar no impacto dos programas sociais. “É diferente distribuir renda em um Estado com os problemas sociais que a gente conhece bem  e em outro mais rico.  O impacto pode ser maior por aqui”, acredita.

Indústria – “A recuperação da indústria é muito importante para o Estado por conta do peso na arrecadação”, reconhece o diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Geraldo Reis. Além dos bons números no fim do ano passado, notícias de novos investimento no setor alimentam boas expectativas. Entre elas, destacam-se a ampliação da Refinaria Landulpho Alves, que está empregando 11 mil pessoas, investimentos de empresas como a Braskem e a Ford, da ordem de R$ 2 bilhões, cada, além de obras estruturantes com início previsto para este ano.  “Mesmo que haja uma compressão na oferta de crédito por parte do Banco Central, não acredito em uma mudança de rumos significativa”, acredita Reis.

“Em todo este processo, os setores de serviços, comércio e construção civil impediram que chegássemos a números negativos”, acredita o secretário do Planejamento, Walter Pinheiro. Segundo ele, o Estado cumpriu o papel dele ao manter o nível de investimentos, da ordem dos R$ 1,4 bilhão, em áreas como a infraestrutura, em diversos locais da Bahia. “Cerca de 43% dos postos de trabalho gerados no ano passado foram fora da RMS (Região Metropolitana de Salvador), apesar do peso que a capital tem”.  

Pinheiro reconhece entretanto que fatores externos contribuíram para o resultado positivo no PIB baiano. “O governo federal tomou uma série de medidas para garantir que o consumo continuasse aquecido”, lembra. O nível de consumo das famílias cresceu 4,1% em 2009.

A Tarde

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