A CPI para investigar o metrô de Salvador na Assembleia Legislativa deverá estar formada até quinta-feira, prazo final para os partidos indicarem os membros que farão parte da comissão. O presidente da AL-BA, Marcelo Nilo (PDT), aprovou nesta segunda, 08, o requerimento de instalação da CPI, feito pelo deputado estadual Elmar Nascimento (PR) e assinado por mais 34 outros deputados.

Nilo explicou no plenário que, inicialmente, não era favorável à comissão, por se tratar de uma obra no âmbito da administração municipal de Salvador – enquanto a Assembleia é estadual. Mas ressaltou: “Tendo em vista a assinatura de 34 parlamentares ao requerimento, vou adotar uma solução política e instalar a CPI do metrô”. A procuradoria jurídica da AL-BA foi favorável à legalidade da investigação.

Deverá ser apurado todo o período de obras do metrô, incluindo a licitação inicial, de 1999 (durante a gestão de Antônio Imbassahy). O atual governo de João Henrique (PMDB), que continuou as obras, está incluso na investigação. Procurados pela reportagem, tanto o ex como o atual prefeito se disseram favoráveis à investigação.

Uma das assinantes do requerimento é a própria mulher do prefeito, a deputada Maria Luiza Carneiro (PSC). “Quem não deve não teme”, afirmou à reportagem. Ela ressaltou que as irregularidades “remontam à concepção do projeto”, disse.

Caixa-preta – O requerimento tomou como base irregularidades veiculadas na imprensa. “Não há fato novo que motive a CPI, mas as reiteradas notícias mostram ser um dos maiores escândalos de desvio de recursos na Bahia. É preciso punir os culpados”, disse Elmar.

Na Justiça, as investigações das irregularidades no metrô estão suspensas (leia matéria ao lado). A CPI deverá tomar como base esses processos, obtendo os documentos das investigações feitas por Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União.

Nos bastidores, alguns deputados que se abstiveram enxergam como uma “jogada de marketing” a proposição da CPI pela Assembleia, opinando que isso deveria ser tratado pela Câmara de Vereadores ou de Deputados.

A bancada governista liberou seus deputados para assinarem o requerimento. Entre os governistas, no entanto, o PT ficou de fora. “É uma coisa sem nexo. Não indicarei nenhum deputado do PT para integrar a comissão”, garantiu o deputado Paulo Rangel, líder do partido na Casa.

Pela proporcionalidade, os governistas indicam quatro membros; a oposição, dois; PMDB e PR, um cada.

*Colaborou Vítor Rocha

A Tarde

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