RIO – Um dos ajudantes do Papa Bento XVI e um membro do coro de elite da Basílica de São Pedro tiveram seus nomes ligados a uma rede de prostituição gay, no mais recente escândalo a envolver o Vaticano. O nigeriano Ghinedu Ehiem foi expulso, na quarta-feira, do coro da Capela Giulia, logo após seu nome aparecer em transcrições de gravações policiais sobre corrupção para construir obras públicas, publicadas por um jornal italiano. Já o engenheiro italiano Angelo Balducci foi afastado do grupo de elite “Cavaleiros de Sua Santidade”, que são chamados para trabalhar no Palácio Apostólico do Vaticano em ocasiões especiais, como visitas de chefes de Estado.

Balducci, que é também membro da diretoria do departamento de obras públicas da Itália e consultor de construções do Vaticano, está detido desde o dia 10, acusado de corrupção, num esquema que envolveria troca de favores sexuais por licitações das obras do complexo La Maddalena – localizado na região italiana da Sardenha, que abrigaria a Cúpula do G8 em junho do ano passado. Há informações de que as acusações relacionadas à rede de prostituição emergiram somente depois de sua prisão.

As gravações publicadas pelo jornal “La Repubblica” mostram Ehiem entregou homens a Balducci, e que entre eles havia seminaristas. Em uma das conversas, o italiano pergunta a ele “que horas (uma terceira pessoa) deve voltar ao seminário”. O último golpe ao Vaticano se soma aos escândalos por abuso de menores por parte de sacerdotes irlandeses, alemães e americanos.

Outras três pessoas também foram detidas em consequência das investigações. Além das gravações, o “La Repubblica” publicou trecho de documentos policiais mostrando que Ehiem esteve em contato regular com Balducci antes de sua prisão. Um documento oficial preparado para magistrados – que também teve trechos publicados pelo mesmo jornal – afirma que os dois faziam parte do que a polícia chamou de “uma rede organizada (…) de amparo à prostituição masculina”.

O Globo

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