RIO – A Divisão de Homicídios da Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira um homem suspeito de ser o assassino do cozinheiro reginaldo pereira dos santos, de 47 anos, que foi baleado dentro de um ônibus em Botafogo e morreu a caminho do hospital na noite de terça-feira. Segundo policiais, o acusado Jorge Ferreira Alexandre, de 47 anos, trabalha como segurança numa empresa na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Ele não reagiu à prisão e confessou que matou o cozinheiro depois que ele se recusou a fechar a janela. Jorge foi trabalhar depois que cometeu o crime. Os agentes informaram, no entanto, que ele não é policial e não tem passagem pela polícia.

Inicialmente, as imagens da câmera de segurança do ônibus, em baixa qualidade, não permitiram identificar fisionomia do assassino, porém especialistas da Divisão de Homicídios conseguiram melhorar a visualização.

O cozinheiro foi enterrado na tarde desta quarta-feira no Cemitério de Irajá. Cerca de quarenta pessoas, entre amigos e parentes, estiveram presentes. Muito emocionada, a mulher de Reginaldo, Maria Aparecida da Silva, pediu por Justiça. Reginaldo tinha três filhos e trabalhava na cantina do Instituto Benjamin Constant, na Urca, há um ano e seis meses.

– Ele era um ótimo pai de família, uma pessoa calma, brincalhona. Não brigava com ninguém. Eu quero justiça, o homem que fez isso tem que ser preso antes de acabar com mais uma família, como acabou com a minha – disse Maria Aparecida, amparada por familiares.

O cozinheiro Reginaldo Pereira foi morto com um tiro na barriga, por volta das 6h30m de terça-feira, dentro do ônibus da Linha 415 (Usina-Leblon) na altura da Praça das Nações Unidas, em Botafogo, na Zona Sul. Segundo a polícia, o assassino estava em pé no corredor do ônibus, que estava cheio, e pediu para que Reginaldo, que estava indo para o trabalho, fechasse a janela. A vítima disse que não fecharia e, após uma discussão, o desconhecido deu um tiro no cozinheiro. Ele estava indo para o trabalho, na Urca, onde começava o expediente às 7h.

Nesta quarta, colegas de trabalho de Reginaldo ainda estavam chocados com o crime. José de Leonissa, 53 anos, dono da cantina e patrão de Reginaldo, conta que ainda não acredita no que aconteceu. Foi ele quem recebeu a ligação do hospital comunicando a morte do funcionário:

– Era um homem calmo, ótimo funcionário. Ele só tinha tamanho. Nunca brigava com ninguém, pelo contrário, era brincalhão. Não entendo como isso pode ter acontecido – disse o patrão.

Segundo José Carlos Dias, 43 anos, que é impressor no Instituto Benjamin Constant, e no passado trabalhou com Reginaldo na cantina, ele era uma pessoa muito calma e gentil.

– Ele tratava todo mundo muito bem, com muito carinho, vai fazer muita falta. Foi uma covardia o que fizeram com ele. Um pai de família, que lentava às 4h da manhã para trabalhar, morto deste jeito. Este bandido tem que ser preso – comentou José Dias, que foi ao enterro junto com um grupo de funcionários do Instituto Benjamin Constant.

O Globo

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