BRASÍLIA – Horas antes de receber a secretária do Departamento de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que deve discutir a posição do governo brasileiro sobre programa nuclear do Irã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não é prudente pressionar o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

Ele defende a negociação com o país. Segundo Lula, o Irã tem o apoio brasileiro desde que o país desenvolva a energia nuclear para fins pacíficos.

“O Brasil tem uma visão clara sobre o Oriente Médio e sobre o Irã e entende que é possível construir um outro rumo. Eu já disse que não é prudente encostar o Irã na parede. O que é prudente é estabelecer negociações”, afirmou hoje, após participar do lançamento do Portal Brasil.

Lula disse que já discutiu o tema com líderes como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, e expressou a posição brasileira.

“Eu já disse publicamente que quero para o Irã o mesmo que quero para o Brasil: usar o desenvolvimento da energia nuclear para fins pacíficos. Se o Irã tiver concordância com isso, terá o apoio do Brasil, se o Irã quiser ir além disso, o Irã irá contra o que está previsto na Constituição Brasileira e, portanto, nós não podemos concordar.”

Perguntado sobre a resposta que daria a Hillary se ela pedir que o Brasil apoie a posição norte-americana sobre o Irã, Lula disse que se ela fizer algum pedido será ao ministro Celso Amorim.

“Ela não deve pedir a mim, ela deve pedir ao Celso Amorim. Estou recebendo a secretária Hillary a pedido do companheiro Celso Amorim, mas as negociações que ela tem que fazer e os assuntos que ela tem que tratar são com o ministro Celso Amorim.”

O presidente lembrou que visitará o Irã em maio e afirmou que é preciso deixar claro qual será o teor da conversa que terá com Ahmadinejad.

No Brasil desde a noite de ontem, Hillary Clinton, já se reuniu com os presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) e tratou da questão nuclear do Irã.

Hillary se reunirá também com o presidente Lula e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim ,e com eles também deve discutir o assunto.

Os Estados Unidos, assim como a Rússia, China, Inglaterra, França e Alemanha querem aplicar sanções internacionais ao Irã por cogitar que o enriquecimento do urânio a 20% tenha o objetivo de fabricar armas nucleares. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega as suspeitas.

Agência Brasil

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