Do G1, com agências internacionais
O líder da maioria democrata do Senado dos Estados Unidos, Harry Reid, apoia um acordo emergente para evitar que o Tesouro fique sem recursos para cumprir com os compromissos do governo, pendente de apoio das bases do partido, disse seu porta-voz neste domingo (31).
“O senador Reid aceitou um acordo sobre o teto da dívida, pendente de aprovação do bloco”, disse Adam Jentleson em comunicado, enquanto a Casa Branca e os líderes parlamentares se apressam para chegar a um consenso antes da data limite de terça-feira (2).
O anúncio de Reid, amplamente esperado, o tornou o primeiro dos quatro principais líderes do Congresso a apoiar formalmente um rascunho desenhado pelo presidente Barack Obama e seus principais aliados democratas e adversários republicanos.
Ainda neste domingo, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell disse que os dois partidos estavam “muito perto” de fechar um acordo que elevaria o teto da dívida dos EUA – atualmente em US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) – em US$ 3 trilhões, após conversas com o vice-presidente Joe Biden.
Proposta derrubada
Mais cedo, o Senado dos EUA derrotou a proposta democrata, dos aliados de Barack Obama, para aumentar o teto do endividamento do país. O plano de Harry Reid teve 50 votos contra 49, quando precisava de ao menos 60 votos dos 100 senadores para avançar. A derrota já era esperada.
Na véspera, a Câmara de Representantes também havia recusado a proposta do partido do presidente Barack Obama.
Reid, então, propôs adiar a votação em 12 horas para dar mais tempo para que democratas e republicanos tentassem um acordo.
A economia americana alcançou seu limite de endividamento em 16 de maio e usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente, mas só pode continuar dessa forma até terça-feira.
O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote – que seria o primeiro da história americana.
A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios. Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei. Nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.
Líderes dos dois partidos continuavam trabalhando pelo acordo neste domingo.
“O acordo que está sendo trabalhado com o líder republicano e o governo e outras, ainda não está pronto”, disse Reid após a votação desta tarde. “Estamos esperançosos e confiantes de que ele poderá ser feito”.
Em circunstâncias normais, uma votação final de qualquer acordo poderia ser adiada até quarta-feira, um dia depois do prazo dado pelo Departamento do Tesouro. Mas o acordo poderia incluir itens que garantam que o Congresso atue antes disso.