Lílian Machado/Tribuna

Ainda envolvidos pelo clima do lançamento do Partido Socialista Democrático (PSD), nova agremiação partidária que promete impactar o cenário político baiano, alguns parlamentares reagiram às críticas do deputado federal ACM Neto, ícone do DEM no estado. Em entrevista à Tribuna, publicada na edição de ontem, o democrata chamou os políticos que manifestaram o desejo de ingressar no novo partido de “oportunistas e adesistas de plantão”.

Há mais de um ano distante dos holofotes da oposição no estado, o deputado Gildásio Penedo (DEM) confessou que não estava “se sentindo mais confortável” no Democratas e que está “tranquilo” em relação ao posicionamento tomado de apoio ao novo partido. Penedo foi um dos democratas que assinaram o manifesto de criação da sigla. “Já não existia mais motivação. Teve muita coisa, inclusive, o fato de eu ter sido trocado por Elmar Nascimento (PR), na disputa pela presidência da Assembleia”, justificou, lembrando que teria sido defenestrado do DEM, quando colocou seu nome para eleição da Mesa Diretora e não obteve apoio da legenda, que preferiu apoiar a candidatura do deputado republicano.

O parlamentar, filiado há 18 anos ao DEM, afirmou que não pretendia “julgar”, nem muito menos “rebater” as declarações de ACM Neto, porém não deixou de cutucar o correligionário.

“Cada um segue seu caminho. Eu sigo o meu e desejo àqueles que ficam boa sorte e que possam buscar um caminho para o partido, mas é no mínimo estranha a postura dele, pois há 60 dias ele próprio cogitava sair do partido. Será que ele se acomodou por que se acertou na liderança do partido?”, questionou em tom crítico. Gildásio destacou que caso seja citado nominalmente apenas irá procurar apresentar sua defesa.

“Eles acham que têm a razão deles e eu acho que tenho a minha”. O ex-deputado estadual Clóvis Ferraz, figura histórica do DEM na Bahia, não quis comentar as observações de Neto, porém frisou que está livre para seguir seus próprios caminhos. “Não tenho amarras. Além do mais, vivemos numa democracia”, afirmou.

 O deputado Paulo Magalhães, que trocou farpas com ACM Neto nas últimas semanas, ironizou as afirmações do primo. “Eu não posso levar a sério essas declarações de oportunismo e adesismo de plantão, pois estou no partido há 30 anos. Isso não me atinge”, frisou.

Sobre o fato de Neto ter se referido a ele como alguém sem peso político, Magalhães respondeu: “A importância política então ficou só pra ele que é o todo- poderoso da política baiana e brasileira”, zombou.   

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