estadão.com.br

NOVA YORK – O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta sexta-feira, 24, que seu país está disposto a dialogar sobre seu controverso programa nuclear e pediu à chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, que contate o chanceler iraniano para marcar uma data para o início das negociações.

“A porta está aberta a conversações e negociações baseadas na justiça e no respeito”, disse o presidente iraniano. Ele se encontra em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), onde discursou na quinta-feira.

“Se a senhora Catherine Ashton contatar o representante iraniano, poderá estabelecer uma data para as conversas. Segundo o plano provisório, em outubro, o representante do Irã se reunirá com um membro do 5+1 para decidir o início do diálogo”, disse o líder iraniano.

Ahmadinejad refletiu o discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, que na quinta disse que as portas da diplomacia estavam abertas para o Irã. Também nesse dia, o chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, havia dito que seu país estava pronto para as negociações.

Os EUA lideram o grupo de potências ocidentais que pede que o Irã esclareça seu controverso programa nuclear. Esses países suspeitam que a República Islâmica enriqueça urânio para produzir armas nucleares, mas Teerã nega e diz que mantém o processo apenas para alimentar um reator de pesquisas.

Na quarta-feira, o grupo 5+1, formado pelos cinco países com assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU – EUA, China, Rússia, Reino Unido e França – mais a Alemanha, anunciou uma nova abertura diplomática com o Irã nos intervalos da Assembleia Geral. Este grupo foi o responsável pela aprovação, em junho, de uma quarta rodada de sanções contra o país persa.

Antes, disso, porém, o Grupo de Viena – formado por EUA, Rússia, França e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – fechou um acordo para troca de combustível com o Irã em outubro de 2009. O país persa, porém, abandonou o pacto.

Em 2010, Teerã assinou um pacto semelhante com Brasil e Turquia, mas o Grupo de Viena vetou a troca de urânio e o acordo está paralisado. Ancara e Brasília acreditavam que o acordo evitaria as sanções, o que não aconteceu.

Compartilhe