A Tarde

Muita propaganda partidária e pouca política. Assim foi o Grito dos Excluídos, que aconteceu, nesta terça, na sequência do desfile oficial, sob a organização da Ação Social Arquidiocesana. A concentração para a marcha começou a se formar desde as primeiras horas da manhã, no Campo Grande.

No cenário da praça despontavam placas, cartazes, balões e bandeiras de políticos das mais distintas vertentes. A maior parte da publicidade era de candidatos a deputado federal e estaduado PT e do PCdoB. Mas, também era possível encontrar referências às candidaturas de Paulo Souto (DEM), José Carlos Aleluia (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB).

Inversamente proporcional à propaganda, foi a presença dos próprios candidatos na marcha. O governador Jaques Wagner, e candidato à reeleição, optou pelo desfile tradicional, enquanto Geddel e Souto seguiram em campanha para o interior. Dos postulantes ao governo do Estado, marcaram presença Marcos Mendes (PSOL) e Carlos Nascimento (PSTU). O candidato Luiz Bassuma (PV) participou da concentração, mas seguiu em viagem para o município de Cipó, antes de iniciada a marcha.

Mesmo entre candidatos a deputado, foram raros os que marcaram presença no evento. Em compensação, algumas candidaturas, como a de Valmir Assunção (PT) à Câmara Federal, tiveram até trio elétrico próprio entoando o jingle da campanha, seguido por um comboio de cinco kombis plotadas. Já no bloco de Daniel Almeida (PCdoB) teve boneco gigante representando o candidato.

“O grito está esvaziado daquela política autêntica. A maior parte das pessoas que estão aqui segurando bandeiras não é adepta das candidaturas. Estamos vendo uma verdadeira mercantilização da estrutura de campanha”, criticou o candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa, Hilton Coelho (PSOL). Para o candidato ao governo Carlos Nascimento (PSTU), o Grito dos Excluídos deve ser um espaço voltado não para o processo eleitoral, mas de reivindicação: “Podemos falar tranquilamente porque participamos todos os anos”.

Sociedade Civil – Com os grupos de partidos políticos seguindo na frente, as entidades organizadas da sociedade civil partiram na sequência, capitaneadas por um trio elétrico que foi palco de discursos e canções de protesto. Com o tema “Onde estão nossos direitos?”.

Também houve espaço para manifestações de ordem política. Com cartazes em mão, um grupo de cerca de 20 estudantes, protestavam contra o governo Wagner. “É triste ver entidades estudantis presentes aqui apoiando determinados candidatos. A militância tem que ser baseada nas ideias”, afirma o estudante Rodrigo Rara.

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