Nove ministros devem deixar seus cargos nessa quarta-feira para poder disputar as eleições de 3 de outubro, entre eles a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou um ato de despedida coletiva no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

De acordo com a legislação eleitoral, qualquer funcionário público que quiser concorrer a um cargo eletivo no próximo pleito deve se desincompatibilizar de seu cargo seis meses antes das eleições.

A data limite para a desincompatibilização seria o próximo sábado. No entanto, diante do feriado da sexta-feira Santa, o presidente preferiu antecipar a saída dos futuros candidatos.

Além de Dilma, também devem deixar o Gabinete amanhã os ministros da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA); dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM); do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias (PT-MG), e das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), prováveis candidatos a governador em seus respectivos Estados.

Os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR); da Previdência Social, José Pimentel (PT-CE), e Meio Ambiente, Carlos Minc (PT-RJ), também devem deixar o governo para concorrer a cargos legislativos, assim como o titular de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA).

Um caso ainda indefinido é o do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, cujo nome foi cotado para disputar o governo ou o Senado em Goiás pelo PMDB. Ele também é cogitado para ocupar a vaga de vice em uma eventual chapa com Dilma Rousseff.

No entanto, Meirelles ainda não deu pistas sobre seu destino e disse, em mais de uma ocasião, que a decisão será tomada no último momento. Outra de suas opções seria manter-se à frente do BC até o fim do mandato de Lula para depois retornar aos bancos privados.

Os ministros que renunciarão amanhã se unirão ao ex-titular da pasta de Justiça, Tarso Genro, que renunciou em fevereiro passado para começar a preparar sua campanha como candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PT.

Lula disse que, em todos os casos, os cargos que ficarão vagos a partir desta semana serão ocupados pelos atuais funcionários de carreira das pastas, pois não deseja “mexer em um time que está ganhando” para os nove meses restantes de mandato.

Assim como haverá mudanças no governo federal, em nove Estados, os governadores devem deixar seus cargos para disputar as eleições de outubro. Um deles é o de São Paulo, José Serra, provável candidato do PSDB à Presidência. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também deve renunciar para concorrer a uma vaga no Senado pelo PSDB ou talvez aparecer como candidato a vice-presidente em uma chapa com Serra.

EFE

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