A Polícia Civil de Ribeirão Preto (313 km de SP) investiga suposto crime de maus-tratos cometidos contra Daniel Henrique Rezende, 2, que morreu na noite de ontem (6), no Hospital das Clínicas da cidade. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo hospital, o menino apresentava vários hematomas e arranhões pelo corpo. Familiares negam agressões.

Daniel foi encaminhado ao HC após ter sido levado pelo padrasto e a mãe à UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Quintino Facci 2, na noite de quinta-feira.

Ainda de acordo com as informações do boletim de ocorrência, Daniel chegou ao HC com os olhos entreabertos, com aparência semiconsciente e “depressões nas nádegas aparentando marcas de chinelo, denotando marcas de violência”.

À Polícia Militar, o eletricista Fábio Alexandre Minchio, 31, padrasto do menino, informou que estava dando banho em Daniel e que o deixou no banheiro quando ouviu o outro filho chorar. Cerca de dois minutos depois, afirma ter ouvido um barulho e retornado ao banheiro, onde Daniel estava sentado no chão com convulsões e vomitando.

De acordo com informações do HC, em dezembro passado Daniel já havia sido atendido com hemorragia craniana e fratura na perna esquerda. Por causa disso, o menino havia começado um tratamento com o medicamento contra convulsões.

À polícia, a mãe da criança, Ana Aparecida de Souza, 23, afirmou que, na época, o filho havia voltado de um passeio na casa da madrasta, em Franca (400 km de SP), se queixando de dores de cabeça.

OUTRO LADO

Procurado pela Folha, o gesseiro Álvaro Leandro Rezende, 44, pai do menino, negou qualquer agressão cometida pela madrasta ou por ele. “A última vez que tive contato com o meu filho foi no dia 27 de novembro e ele foi embora bem, brincando”, afirmou.

Segundo ele, Daniel morava com a avó em Franca e passava fins de semana alternados na casa dele e da mãe.

Álvaro afirmou que, em setembro, a criança passou cerca de 20 dias em Ribeirão e voltou para Franca com machucados na boca e na perna. Na ocasião, segundo ele, a mãe disse que o menino havia caído da cama.

A reportagem procurou Fábio e Ana Aparecida por telefone para falar sobre o assunto, mas eles não foram encontrados na manhã deste sábado.

As investigações serão conduzidas pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Ribeirão.

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