Do G1

Ao desembarcar nesta terça-feira (1) em Cannes, na França, para uma semana de encontros com líderes das 20 maiores economias do mundo, a presidente Dilma Rousseff deverá reafirmar a mensagem de que não é possível atingir estabilização fiscal sem crescimento econômico.

A atual crise econômica, causada pelas dificuldades de Estados Unidos e Europa em contornar a dívida pública, deve dominar o encontro do G20, que começa nesta quarta (2). Em discurso a empresários nesta segunda (31), a presidente deu o tom do que falará no encontro.

“A posição que o Brasil levará a Cannes é que o G20 deve agir, propondo tanto medidas financeiras emergenciais como também um plano de sustentação do investimento e do emprego”, disse.
Dilma já havia manifestado essa opinião em Bruxelas, durante encontro com o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme. Na ocasião, a brasileira afirmou que “dificilmente se sai da crise sem aumentar o consumo, o investimento e o nível de crescimento da economia”.

A presidente chegará à Cannes entre 14h e
15h desta terça-feira e ficará hospedada no hotel InterContinental Carlton
Cannes. Ela está acompanhada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda), Antonio
Patriota (Relações Exteriores) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação
Social).

Além de tratar da crise econômica, a presidente Dilma deverá
também convidar os líderes mundiais a participarem da Rio + 20, conferência a
ser realizada em junho do ano que vem. O encontro, na capital fluminense, vai
debater o desenvolvimento sustentável em comemoração aos 20 anos da Rio 92,
considerada uma das primeiras cúpulas ambientais da Organização das Nações
Unidas (ONU).

Dilma deixou o Brasil na noite desta segunda-feira (31)
rumo à cidade francesa Nice, onde faz escala antes de chegar a Cannes. Mais
cedo, ela visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, onde ele se trata de um câncer na laringe. Ainda na
capital paulista, Dilma participou de uma cerimônia de premiação oferecida pela
revista “Carta Capital”.

Esta é a segunda vez que Dilma participa do G20.
A primeira foi no ano passado, em Seul, a convite do então presidente Lula, logo
após ter sido eleita presidente da República.

Programação
Na quarta-feira (2), Dilma deve se encontrar
com outros chefes de Estado em reuniões fechadas, mas ainda não há confirmação
de quem seriam esses líderes.

Na quinta-feira (3), a presidente participa de um almoço de trabalho sobre a
situação econômica global e, em seguida, de uma sessão de trabalho que discutirá
crescimento da economia mundial.

Dilma também participa, depois da foto oficial, de sessão sobre globalização
e comércio. O dia termina com um jantar de trabalho sobre desenvolvimento, que
contará com apresentação do empresário americano Bill Gates, dono da
Microsoft.

Às 9h de sexta-feira (4) começa nova rodada de reuniões sobre regulação
financeira, agricultura, energia e preços de commodities, mudança do clima e
corrupção. No mesmo dia, durante o almoço, serão discutidos temas relacionados à
governança global e prioridades da liderança mexicana do G20 em 2012, uma vez
que o país assumirá a presidência do grupo no próximo ano.

Ainda para sexta, está prevista uma entrevista coletiva em conjunto com o
presidente francês e atual líder do G20, Nicolas Sarkozy.

No sábado (5), Dilma vai se reunir com a diretora-geral da Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Irina Bokova, em
Paris. A volta da presidente ao Brasil está prevista para o mesmo dia, segundo a
assessoria do Palácio do Planalto.

G20
Esta é a sexta
edição do G20 com presença dos chefes de Estado. O pano de fundo do encontro
será a crise econômica europeia, “além de ser uma oportunidade para os chefes de
Estado darem sequência a implementação de projetos passados”, informou o
porta-voz da presidência, Rodrigo Baena.

Além da crise econômica, os líderes mundiais deverão discutir sobre
agricultura e segurança militar, apoio aos países mais pobres e reforma do
sistema monetário internacional.

O G20 foi criado em 1999 e, anualmente, reúne ministros da Fazenda e
presidentes dos bancos centrais das maiores economias do mundo. A cada ano, o
grupo é liderado por um país diferente. O Brasil presidiu o encontro em 2008.

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