O arcebispo de Canterbury, Rowan Willians, entregou um relatório ao presidente Robert Mugabe nesta semana, detalhando incidentes de intimidação. A igreja no país tem sido dividida desde 2007, quando um bispo pró-Mugabe foi excomungado da igreja por incitar a violência em seus sermões.

Seguidores de Nolbert Kunonga, o excomungado, ainda o veem como o líder legítimo da Igreja e, por isso, tomaram conta da catedral principal, dos hospitais, das contas bancárias da igreja e de cerca de 60 escolas, com a ajuda de policiais leais a Mugabe.
“Em Harare, a polícia interrompeu os cultos da igreja e tem utilizado gás lacrimogêneo e bastões para expulsar as pessoas dos templos. Como consequência, as igrejas estão ficando vazias aos domingos”, dizia o documento.

Em fevereiro, um paroquiano que havia se recusado a participar das reuniões da igreja de Kunonga foi encontrado assassinado, disse o relatório.

“Temos informações que sugerem que ele foi assassinado por pertencer à Diocese de Harare. Ele havia recebido ameaças com relação a isso algumas semanas antes, mas sempre se mantinha firme em não se juntar à igreja de Kunonga.”

Rowan Willians  disse aos repórteres que o presidente Mugabe não tinha conhecimento das intimidações que os anglicanos tradicionais estão relatando. Kunonga negou as acusações contra ele.

“Os paroquianos não apenas têm acesso às suas igrejas, mas são cada vez mais ameaçados de ser punidos, se continuarem realizando cultos ou tentarem fazer o ministério progredir.” O relatório alega que policiais são cúmplices nas intimidações, com prisões injustas e agressão aos fiéis.

FontePersecution
TraduçãoLucas Gragório
Compartilhe