Denise Abarca, da Agência Estado

SÃO PAULO – O preço médio da cesta básica caiu em setembro, na comparação com agosto, em nove das 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, divulgada nesta quarta-feira, 5, pela instituição, Natal registrou o recuo de preços mais expressivo, de 6,17% em setembro, seguida de João Pessoa (-2,85%) e Aracaju (2,19%). Na sequência, figuraram Fortaleza (-1,42%), Recife (-1,22%), Brasília (-0,96%), Rio de Janeiro (-0,90%), Curitiba (-0,79%) e Salvador (-0,61%). Em outras sete capitais, o conjunto de produtos alimentícios essenciais apresentou aumento de preços, enquanto em Vitória houve estabilidade.

Entre as cidades em que houve alta de preços, a maior variação foi registrada em Goiânia (1,87%), seguida de Belo Horizonte (0,59%), Manaus (0,52%), Porto Alegre (0,31%), São Paulo (0,16%), Florianópolis (0,13%) e Belém (0,04%).

Entre janeiro e setembro deste ano, apenas Natal (-6,29%), Goiânia (-1,34%), Fortaleza (-1,19%), Manaus (-1,06%) e Curitiba (-0,78%) apresentam variações acumuladas negativas. Já os maiores aumentos foram anotados em Florianópolis (9,32%), Porto Alegre (7,91%), Belo Horizonte (6,23%) e Aracaju (4,40%).

Nos últimos 12 meses até setembro, nenhuma capital teve variação acumulada negativa. As maiores altas ocorreram em Florianópolis (16,36%), Belo Horizonte (15,30%), Rio de Janeiro (14,24%), Brasília (12,00%), Porto Alegre (11,64%), Belém (11,57%), São Paulo (10,83%), Vitória (10,76%) e Curitiba (10,39%). As demais capitais tiveram variação anual inferior a 10,00%.

O Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

Mínimo

O salário mínimo do trabalhador do País deveria ter sido de R$ 2.285,83 em setembro para que ele suprisse suas necessidades básicas e da família, conforme o Dieese.

Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 272,09, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 4,19 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 545.

O valor é maior do que o apurado para agosto, quando o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.278,77 (4,18 vezes o piso em vigor). Em setembro de 2010, o Dieese calculava o valor necessário em R$ 2.047,58, ou 4,01 vezes o mínimo então em vigor, de R$ 510.

A instituição também informou que o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em setembro de 2011, o conjunto de bens essenciais diminuiu, na comparação com o mês anterior e avançou ante o mesmo período do ano passado. Na média das 17 cidades pesquisas pela instituição, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de 93 horas e 58 minutos para realizar a mesma compra que, em agosto, exigia a realização de 94 horas e 38 minutos. Em setembro de 2010, a mesma compra necessitava o cumprimento de 91 horas e 4 minutos.

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